Notícias

“Rádio Italiana” fecha parceria com a “APBA” – Associação Paulista de Belas Artes

A “Rádio Italiana” e a “APBA” – Associação Paulista de Belas Artes, fecharam uma parceria nesta última quinta-feira, em reunião ocorrida na sede da própria Associação, no centro de SP, onde estiveram presentes o jornalista Fabio Botto e o presidente da APBA e crítico de arte, Maurício Ferreira.

Na ocasião, Botto e Ferreira, fecharam este acordo que beneficará toda comunidade, na divulgação de eventos de arte e cultura, proporcionando a toda coletividade ítalo-brasileira um maior conhecimento do que acontece no mundo das artes plásticas. O site da Associaçao Paulista de Belas Artes é o www.apba.com.br

Leia agora a história da APBA – Associação Paulista de Belas Artes

Na São Paulo dos anos 40, na Rua Líbero Badaró 481,  ficava o BAR E RESTAURANTE “AO FRANCISCANO”  (hoje desaparecido) propriedade de Montuori e Gnemmi, lugar predileto de artistas e  intelectuais, que se juntavam à boemia paulistana para discussões sobre arte em geral, literatura e política.  Ali, em 20 de março de 1942,  aconteceu um fato marcante  para o cenário artístico de São Paulo,  principalmente à então chamada   arte acadêmica:  a fundação da Associação Paulista de Belas Artes.

Nessa memorável data, às 23 horas e 45 minutos, o grande artista plástico Torquato Bassi propôs a um grupo de artistas a criação de uma sociedade de artistas de São Paulo, tendo, entre outros,   estes objetivos fundamentais:

1 – Que fosse formada por pintores, escultores e arquitetos.

2 – Que defendesse os interesses dos artistas, servindo de porta voz para suas reivindicações junto aos poderes públicos,  dando-lhes condições de ascenderem na carreira escolhida, através  de exposições  e outros eventos artísticos.

3 – Que prestasse serviços quando solicitada pelas autoridades,  sobretudo no que  diz respeito às artes plásticas, conservação de relíquias históricas e do patrimônio artístico do Estado.

4 – Que desenvolvesse o ensino artístico e a arte em geral, através de cursos de desenho, pintura, escultura e da manutenção  de sessões de modelo vivo.

Os presentes, por unanimidade, fizeram questão de que a ata fosse transcrita no próprio papel timbrado do bar.

Este documento histórico encontra-se na secretaria da APBA, exposto à vista de todos interessados, e contém as assinaturas dos que estavam presentes à reunião: Torquato Bassi, José Maria da Silva Neves, João Del Nero, Juarez de Almada Fagundes, Ricardo Cipicchia, Eurico Franco Caiuby, Roque De Mingo, Lázaro de Freitas, João Batista Ferri, Virgílio Delamonica, Luiz A. Fiori, Luiz Verri, Mauricio Fetel, José Torres e Mario Campos Pacheco. Constam também os nomes da primeira diretoria provisória: Presidente: Juarez de Almada Fagundes; Secretário: José Maria da Silva Neves; Tesoureiro: João Del Nero; Diretor Artístico: Torquato Bassi.

Deve-se ressaltar que a fundação da APBA foi marcante pelo fato de que São Paulo, apesar de se haver tornado um dos principais polos industriais, comerciais e políticos do país, não possuía tantas instituições culturais como a cidade do Rio de Janeiro, repleta de academias e salões de arte, entre eles  o Salão Nacional de Belas Artes.

A primeira reunião da Associação aconteceu em 14 de maio de 1942, na primeira sede provisória, na Escola de Belas Artes, na Rua Onze de Agosto 169, na cidade de São Paulo. O objetivo da reunião foi  estabelecer o nome definitivo dessa  sociedade de artistas, pintores, escultores e arquitetos.

Por unanimidade recebeu ela o nome de Associação Paulista de Belas Artes – APBA, e foi feita a  eleição da diretoria definitiva: Presidente: Dr.Eurico Franco Caiuby; Vice-Presidente: Conde Honório Álvares Penteado (fundador da Escola de Comércio Álvares Penteado, situada no Largo São Francisco, ao lado da Faculdade de Direito e fundador da FAAP); Primeiro Secretário: Álvaro Mello Barros; Segundo Secretário: Alberto Naddeo; Primeiro Tesoureiro: Mario Campos Pacheco; Segundo Tesoureiro: João Baptista Ferri; Diretor Artístico: Torquato Bassi; Conselho Fiscal: José Maria da Silva Neves, Edmundo F. Nicodemo Migliaccio e João Baptista Ferri. Os artistas Clodomiro Amazonas e Acácio Gouveia foram os fiscais dessa eleição. Nessa reunião encontravam-se também, além de 70 artistas, Djalma Urban, Luiz Morrone e Inocêncio Borghese.

A segunda reunião da APBA aconteceu no Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II, com o objetivo de angariar fundos. A primeira Assembléia Geral Extraordinária aconteceu em 20 de junho de 1942, na sua sede provisória, na Escola de Belas Artes, objetivando a aprovação do primeiro Estatuto da APBA.

A inauguração da segunda sede provisória deu-se em 20 de junho de 1942,  no Prédio Martinelli, em duas salas do 9º andar. Iniciaram-se ali as sessões de modelo vivo e os cursos de desenho e pintura.

Devemos aqui ressaltar  a permanente presença das sessões de modelo vivo na APBA; elas não são somente para principiantes, mas sempre úteis aos artistas profissionais, que podem copiar diretamente da figura humana, uma das partes mais difíceis do desenho, da pintura e da escultura. As sessões de modelo vivo dão oportunidade aos artistas de educarem a vista, adestrarem a mão, de apurarem o gosto e a inteligência quando analisam o modelo.

Deve-se lembrar que o Dr. Prestes Maia, então prefeito de São Paulo, ao saber que a APBA (antes de mudar-se para o prédio Martinelli) não possuía espaço  para as sessões de modelo vivo, gentilmente cedeu para tanto  uma parte da Galeria Prestes Maia. Na Revista Cidade, do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo, prestam-lhe merecida homenagem numa de suas páginas: “O Prefeito que foi Pintor”. Realmente, Prestes Maia foi um grande aquarelista; todos os seus projetos urbanísticos eram executados muito habilmente usando a difícil técnica da aquarela.  O Dr. Prestes Maia sempre será lembrado pela APBA, porque  ajudou-a ao máximo todas às vezes em que esta associação necessitou do auxílio da Prefeitura de São Paulo. Foi um profundo conhecedor e amante da arte clássica.

Em 26 de outubro de 1942, o artista Reynaldo Manzke, entre 12 concorrentes, vence o concurso para criação do logotipo da APBA, mantido até os dias de hoje. Nicola Petti, José Maria da Silva Neves e Roque de Mingo receberam Menção Honrosa.

Em 20 de junho de 1943, ao comemorar um ano de vida, a APBA realizou sua  Primeira Exposição Coletiva (mais tarde Salão Livre),  na Galeria Prestes Maia. 386 obras, de 58 artistas, foram expostas. Entre os expositores encontramos Adolfo Fonzari, Angelo Simeone, Castellane, Cymbelino de Freitas, Djalma Urban, Inocencio Borghese, José Perissinoto, Nicola Petti, Torquato Bassi, Tulio Mugnaini, Virgilio Della Monica.

Em 30 de junho de 1943, a APBA mudou-se para a sua terceira sede provisória, situada nas amplas salas 509 e 510,   no quinto andar do prédio situado na  Rua Quintino Bocaiúva, 176,  prédio até hoje conhecido como Palácio das Arcadas. Nessa sede a APBA permaneceu até 1952.

Em 10 de julho de 1944 houve a segunda eleição para a Diretoria.  Foi eleito presidente o  professor, inspetor federal de ensino, e fundador do Centro do Professorado Paulista, Cymbelino de Freitas.  Ele exerceu o cargo até 18 de maio de 1967. Foram 23 anos de probidade e competência. Nesse período, a APBA cresceu consideravelmente. Sua administração foi tão eficiente, que no meio artístico de São Paulo a APBA era considerada  a segunda  Escola de Belas Artes.

Em 06 de agosto de 1944 ocorreu a 1ª Excursão Artística,  organizada por Innocêncio Borghese, diretor artístico nessa época. Foi na chácara do Sr. Mazzoni, em Vila Galvão.

Em 02 de agosto de 1947 a APBA foi reconhecida como de utilidade pública, sem fins lucrativos, de acordo com o Decreto Federal n° 23.460 de 02/08/47.

Em 30 de março de 1948, Cymbelino de Freitas, presidente da Diretoria, ponderou que era justa a seleção rigorosa de obras, somente nos Salões Oficiais e não nos da APBA, em que são iguais os direitos dos  alunos e dos artistas associados, por se tratar de uma entidade liberal.

Em 12 de janeiro de 1951, houve aprovação em assembléia geral extraordinária,  do novo Estatuto da APBA, em vigor até a atualidade,   apenas com pequenas alterações  feitas em 2003.

Em 14 de março de 1952 houve a inauguração da sede definitiva, em conjunto próprio,  localizada no Edifício Cacique,  13° andar,  Rua Conselheiro Crispiniano, 53 , no  centro da cidade de São Paulo.
A compra desta sede deve-se a Dario Machado de Oliveira, que ocupando os cargos de presidente do Conselho, presidente em exercício e de tesoureiro, sempre liderou campanhas entre os associados, em prol da sede própria. Lutou também na conquista de um salão permanente, outro ideal de todos os presidentes. Por 50 anos, Dario Machado de Oliveira teve marcante atuação na APBA. Faleceu com 93 anos, e por mérito recebeu os títulos de Conselheiro Perpétuo e Sócio Benemérito.

A partir da direção de Luiz Marrey Peres, que substituiu Cymbelino de Freitas, até 1980, todos os posteriores presidentes deram o máximo de si, para que a APBA continuasse em seu lugar de destaque no cenário artístico de São Paulo.

Em 1986, devido a mudança da moeda, a APBA ressentiu-se dessa séria situação que atingiu todo o país. Porém, o presidente eleito em 1985, Gastão Aranha de Assis Pacheco, com grande capacidade administrativa, conseguiu superar aqueles momentos turbulentos. Ele assumiu a direção da APBA em 1985 e,  reeleito, presidiu a APBA até 1989. A APBA, no período, como todas as entidades artísticas, foi profundamente atingida pela crise financeira que o país atravessava.

Porém, esse presidente, com atitudes enérgicas, bom senso e ótimo tino comercial e administrativo, reergueu-a, deixando-a em boas condições de ser dirigida pelo seu sucessor, professor José Carlos Acerbi.

A partir de 1989,  José Carlos Acerbi dirigiu a APBA por diversas vezes (1989-1995, 1999-2001, 2003-2007). Em 1991, instituiu o Hino do Artista, tendo música do maestro Edouard Colchibach e letra do nosso decano Theodoro Meirelles (sempre foi cantado pelo coral da APBA durante a sua gestão). Nesse período, Acerbi  alternou a presidência com Antonio Bernardes (1995-1999, 2001-2003).  Estes presidentes conseguiram, com muito esforço e dedicação, manter vivas as atividades e tradições  da APBA, mesmo enfrentando muitas dificuldades decorrentes da situação econômica extremamente variável que o país atravessou no período, e da falta de apoio oficial.

Em abril de 2007 foi eleito para a presidência da APBA, o biólogo e professor titular aposentado da USP, e também artista plástico,  Walter Handro. Em março de 2009 foi eleito para presidente da APBA, o artista plástico e conselheiro  Maurício Ferreira.

Pela  APBA, ao longo de seus 67 anos de existência, passaram quase 20.000 associados.  Nomes como Torquato Bassi, Nicola Petti, Arcângelo Ianelli, Mario Zanini, Durval Pereira, Djalma Urban, Fang, Volpi, Innocencio Borghese, Colette Pujol , Carnelosso  e tantos outros,  são motivo de orgulho para nossa entidade, que os teve ou  ainda os tem como associados,   e muitas vezes também como professores.

DIRETORIA  DA APBA – 2009/2011

Presidente: Maurício Ferreira
1o Vice-Presidente: Walter Handro
2o Vice-Presidente: Antonio Bernardes
1o Secretário: Daleth F. Dias
2o Secretário: Jiselda Oliveira
1o Tesoureiro: Idely Borghi
2o Tesoureiro: Olga Chinellato
Diretora Artística: Maria Glaucia Caravieri
Diretor de Sede: Sonia Mesquita Al
Diretor de Biblioteca: Miriam Marcia Bonetti
Presidente do Conselho Deliberativo: Silvio Pereira Brasil

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios