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Milão relembra os 45 anos do ataque da Piazza Fontana

Uma sessão extraordinária do Conselho de Milão relembrou os 45 anos do atentado da Piazza Fontana que, em 1969, causou a morte de 17 pessoas e deixou outras 88 feridas.

Além da participação de autoridades em Milão, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, também relembrou o atentado através de sua conta no Twitter. "45 anos de Piazza Fontana. Um pensamento comovido às vítimas do ataque, uma ferida que nunca se curou em nosso país", escreveu o premier.

No dia 12 de dezembro de 1969, uma bomba na sede do Banco Nacional da Agricultura, que fica na Piazza Fontana, explodiu. Outra bomba foi encontrada intacta no Banco Comercial Italiano, sediado na praça Scala, em Milão. Já em Roma, no mesmo dia, outras três bombas explodiram, deixando dezenas de pessoas feridas. O caso causou grande comoção no país, sendo um marco na história recente da Itália.

O jornalista da agência de notícias Ansa, Paolo Cucciarelli, que acompanhou de perto toda a história, fez uma análise da situação e do quanto o crime afetou a Itália. "Não é verdade que tudo seja escuro e que seja um mistério indecifrável. Também não é verdade que ninguém foi condenado e que não se tenha entendido a rede que fez da Piazza Fontana um símbolo de nossa Itália – que é incapaz de contar seus traumas até o fim", destaca o repórter.

O último processo pelo atentado, que absolveu o grupo "Ordine Nuovo" de Vêneto foi fechado com uma resolução que foi motivada pela insuficiência de provas e com a condenação por cumplicidade no massacre (com prescrição da pena) para Carlo Digilio – pertencente ao grupo.

Digilio era o homem de ligação do massacre após o último processo em anos anteriores (11 sentenças no total). Neles, as responsabilidades dos anarquistas Peter Valpreda e de outros do mesmo grupo romano foi diminuindo. Descobriu-se um esquema vicioso amplamente infiltrado pelos fascistas, em especial por Franco Freda, Giovanni Ventura e Stefano Delle Chiaie.

Segundo a testemunha, a ligação para os ataques vinha entre o grupo Ordine Nuovo e uma rede presente nos Estados Unidos. Ele contou ainda sobre a existência de uma bomba destinada a Milão, diferente daquela que explodiu oficialmente no banco, e que só ficou conhecida durante o processo.

O grupo fascista foi solto porque provou que aquela bomba de Milão "não encaixava" no perfil e os membros da organização não tinham como "colocar a outra" que não chegou a causar danos. Porém, as investigações prosseguem para grupos civis e os elementos sobre aquele cenário se reforçam e se multiplicam. Talvez eles cheguem a uma conclusão sobre o mecanismo terrível feito naquele dia.

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