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Vaticano declarou santo 78 dos seus 265 papas

Assim como João Paulo 2º, os últimos quatro papas que o antecederam passaram por processos de beatificação, com exceção de João Paulo 1º, que foi pontífice apenas por trinta e três dias. 

Os processos canônicos de Paulo 6º (1963-1978) e Pio 12 (1939-1958) ainda estão em andamento, mas o de João 23º (1958-1963) foi concluído no ano 2000, pelo próprio papa João Paulo 2º, que foi beatificado neste domingo no processo mais rápido da história moderna.

Em toda a história do Vaticano, 78 do total de 265 papas já existentes foram declarados santos. Para isso, a pessoa precisa ser beatificada e, posteriomente, canonizada.

O professor de Ciência da Religião Fernando Altemeyer, da PUC-SP, destaca que o mais interessante é que 73 papas foram declarados santos no primeiro milênio, e somente cinco, nos últimos mil anos, de acordo com dados do Anuário Pontifício.

Para o especialista, isso se deve, principalmente, a recentes crises na Igreja Católica e à eleição de pontífices que não foram referência para os fiéis.

Já o frei Mariano Sérgio Foralosso, professor da Escola Dominicana de Teologia, explica que, "no início da história do Vaticano, os católicos eram perseguidos e os papas morriam em nome da religião, o que os tornava mártires" e, automaticamente, reconhecidos como santos.

De acordo com os especialistas, o pontificado de João Paulo 2º foi importante para a beatificação e a canonização de papas e outras personalidades da história recente, pois ele acreditava na ideia de que os santos não são apenas figuras do passado, mitológicas.

"João Paulo 2º achava que canonizar personagens contemporâneos era uma chave fundamental para que a população sentisse que os santos são pessoas reais", esclarece Altemeyer.

Por essa razão, o próprio João Paulo 2º abriu o precedente de iniciar a beatificação da Madre Tereza de Calcutá logo após sua morte, em setembro de 1997. Além disso, o número de beatificados e canonizados por Karol Wojtyla é superior à soma de todos os outros 263 papas que o antecederam.

O mesmo aconteceu com o processo canônico de João Paulo 2º, já que não foi esperado o prazo de cinco anos para a abertura dos estudos.

"O fato de João Paulo 2º ser conhecido no mundo todo e ter sido muito significativo, seguramente fez com que pulasse os cinco anos de espera [que é necessário cumprir após a morte da pessoa]", afirma o jornalista italiano Saverio Gaeta, um dos autores do livro "Porque é santo", que fala sobre o pontífice polonês. (Folha de S. Paulo)

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