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CURIOSIDADE: Conheça na Rádio Italiana um pouco sobre a vida do compositor italiano Giuseppe Verdi

Giuseppe Verdi nasceu em uma família humilde. Depois de revelar interesse pela música, ganhou do pai uma espineta (antigo instrumento de teclado e corda, semelhante ao cravo), comprada com grande sacrifício.

Aos 12 anos já era o organista da igreja de sua cidade natal.

Sob a proteção do comerciante Barezzi, que lhe financiará os estudos, segue para Milão. Apesar de ser recusado pelo Conservatório, graças a Barezzi estuda com professores particulares. Mais tarde, casará com a filha de seu mecenas, Margherita, com quem terá dois filhos. Os três morrerão poucos depois de 1840.

Buscando reconstruir sua vida, Verdi alcança ruidoso sucesso com a ópera Nabuco, em 1842. O enredo, que relata o conflito entre assírios e judeus, incendiou a imaginação do povo italiano, que encontrou semelhanças entre os judeus e a sua própria luta contra a opressão austríaca. A música de Verdi acompanharia a transformação da península italiana em Estado independente, livre e unitário.

Até aquele momento, a ópera italiana era dominada por Rossini, Donizetti e Bellini, cujas composições permitiam aos cantores exibir seus talentos em árias espetaculares. Verdi, no entanto, estava mais preocupado com os aspectos dramáticos da ópera. Por exemplo, ao dirigir Macbeth, sua ópera de 1847, ele pede uma cantora “de voz algo rude, rouca e triste, com algo de diabólico em si” para fazer o papel de Lady Macbeth, e não a soprano já escolhida, que apenas sabia cantar com perfeição.

Romantismo singular

As óperas Rigoletto (1851), Il Trovatore (1853) e La Traviata (1853) foram os maiores sucessos de Verdi e são até hoje as mais representadas no mundo inteiro.

A crítica reagiu contra essa extraordinária popularidade, considerando as três obras como vulgares, inspiradas por um falso romantismo, mas não percebeu, contudo, a riqueza da invenção melódica e os elementos realistas: nas óperas, até então ocupadas por personagens mitológicos ou históricos, Verdi dá vida a um corcunda (Rigoletto) e a uma prostituta (em La Traviata). Em termos de valor estritamente musical, o quarteto do último ato de Rigoletto e o prelúdio instrumental do último ato de La Traviata são trechos geniais.

O romantismo de Verdi é singular: ele crê na capacidade redentora do amor, tem simpatia pelos humilhados e ofendidos, protesta contra as injustiças e concede aos finais um caráter profundamente trágico.

A qualidade das obras iniciais se repetirá nos trabalhos da maturidade: Un ballo in maschera, La forza del destino e Don Carlo (uma sombria ópera histórica).

Para a abertura do canal de Suez foi encomendada a Verdi a ópera Aida (1871), um de seus grandes triunfos. Na velhice, ele comporá um Réquiem (1874) – música apaixonada e mística, feita em homenagem a seu grande amigo, o romancista e poeta Alessandro Manzoni -, a ópera Otello (seu trabalho mais trágico) e Falstaff, quase uma ópera-bufa, o olhar irônico de um gênio que se despede da vida.

As últimas obras de Verdi são quatro peças sacras: Ave Maria, Stabat Mater, Laudi e Te Deum. No seu testamento, o compositor deixou sua grande fortuna a uma fundação para ajudar músicos pobres.

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