Catolicismo Romano

ESGOTO À CEU ABERTO – PARTE III: Teologia da Libertação, comunismo travestido de religião

Incrível como todas as desgraças e tragédias que se abateram sobre a Igreja no século 20 tiveram seu apogeu nos anos 60, embora elas viessem sendo gestadas, silenciosamente, tal como um câncer, ao longo das décadas anteriores.

 

Quando o glorioso pontífice São Pio X, como zelosíssimo pastor que era, deu o grito de alerta apontando a heresia do Modernismo na magistral encíclica “Pascendi Dominici Gregis” em 1907, as águas podres já estavam infiltradas no seio da Igreja, embora ainda fluíssem com um certo acanhamento que, durante os anos imediatamente posteriores ao Concílio Vaticano II, já era um manancial abundante de dejetos – que seus ideólogos chamavam de “aggiornamento” – a se lançar violentamente contra as multisseculares estruturas doutrinais da Esposa Imaculada do Cordeiro.

Essa onda gigantesca que pretende submergir a Fé Católica para, à partir de suas ruínas, fazer surgir uma nova igreja, traz entre suas imundícies a chamada Teologia da Libertação, verdadeiro flagelo que tantas almas já perdeu ao longo de décadas executando, meticulosamente, seu intento herético, fruto do orgulho e da rebeldia do homem contra Seu Criador.

Essa corrente teológica apoia-se no racionalismo, ou seja, para seus próceres, a razão humana é capaz de compreender todas as coisas e, através do método histórico-científico, deseja explicar os Santos Evangelhos, negando os milagres neles contidos, os elementos sobrenaturais da fé e, evidentemente, a existência de Deus. Ganhou força na década de 60 através de gente como Jon Sobrino, Gustavo Gutiérrez e Dom Helder Câmara. Todos os defensores dessa heresia são elementos perniciosos para o Catolicismo que tiveram sua fase de ouro nos anos 70 e 80, quando sua teologia bizarra e malsã espalhou-se pelas sacristias, seminários e casas religiosas país à fora, causando estragos imensos nas almas de suas vítimas.

Leonardo Boff, Dom Tomás Balduino, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Erwin Krautler, Dom Demétrio Valentini, Frei Betto, Marcelo Barros, Ivone Gebara, João Batista Libâneo, Carlos Mesters e outros tantos padres, bispos, religiosos e leigos cujo discurso e práxis são bem afinados com a ideologia marxista da qual são fiéis defensores e apóstolos. Para eles a Igreja deve se desvestir de seu poder temporal e espiritual, negar sua origem divina, relativizar a fé, rastejar aos pés do homem, satisfazer-lhe os caprichos e prometer-lhe um paraíso terrestre, lutando contra as “injustas estruturas sociais e econômicas”.

O “deus opressor” do Catolicismo deve ser substituído pelo culto do homem esse “outro crucificado”. É nojento, satânico e irracional o discurso de um teólogo da libertação. E todos eles defendem as ideias socialistas e revolucionárias de partidos como PT, PSOL, PCdoB, PCB, PSDB (sim, amiguinhos, é partido de esquerda!) e outras legendas imundas do universo político brasileiro.

São propagandistas da luta de classes, repetidores da mesma cantilena desafinada dos anos 70 e 80, da dessacralização da Casa de Deus em liturgias fabricadas por suas mentes delirantes, ateus travestidos de católicos, autores de livrinhos patéticos onde desfiam um rosário de imbecilidades umas atrás das outras. Eles seriam motivo de chacota, não fossem hereges de alto calibre. A vetustez de seu discurso marxista causa espécie e eles morrerão defendendo ditaduras comunistas como Cuba e Venezuela, mas não se reconciliam com a Verdade de Cristo e a Sã Doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, perseguida insaciavelmente pelo comunismo ateu em todo o mundo. Esses homens e mulheres que trabalham pela destruição da sociedade e da família, defendem tresloucadamente a causa ambiental, a causa LGBT, o aborto, a brandura das penas para os criminosos e sociopatas, a invasão de terras (desrespeitando o direito à propriedade), o triunfo de uma ditadura de esquerda no Brasil e a desfiguração da Igreja para adequá-la aos seus caprichos mundanos.

Falam da opção preferencial pelos pobres, mas se esquecem que não se pode minorar a pobreza material sem que antes seja combatida a pobreza espiritual, a descrença, a falta de fé. Sem Cristo, sem Sua Verdade, não há caridade, não há libertação, há escravidão e trevas. Querem libertar a carne, mas desprezam o bem mais precioso que Deus deu ao homem: a alma.

Em suma: são dignos de nossas orações e penitências, mas também inimigos que merecem combate incansável e persistente pois fazem parte das impurezas desse esgoto à céu aberto que cobre de imundícies o interior do Catolicismo.

Donato Rossetto é jornalista especializado em religião e colaborador dos portais Catolicismo Romano e Rádio Italiana.     

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