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FABIO BOTTO FARHAN: Começaram as liquidações de iníco de ano na Itália

Como previsto pelos indicadores econômicos, não houve o habitual assalto às liquidações, que começou na Itália. Nem em Milão, a capital da moda, as filas diante das lojas foram como as dos anos passados.

Para avaliar a situação, será preciso esperar os próximos 10 dias, mas os primeiros sinais não são encorajadores. Mesmo seguindo para a periferia, as liquidações não parecem entusiasmar os consumidores. Aparentemente, não há um aumento de público nem nas ruas mais comerciais da Itália (e da Europa, como o corso Buenos Aires ou a via Turati): há muitas lojas vazias ou com pessoas que se limitam a olhar as vitrines, sem entrar.

A Codacons não tem dúvidas de que o início das liquidações foi um fracasso: em Roma houve uma queda de 25% nas vendas e de 30% de público. A multidão só lotou os outlet, enquanto nas butiques de grife (como as da via Dei Condotti) havia mais turistas, principalmente russos e asiáticos, que alegam que em seus países as roupas custam o dobro.

De Milão a Roma, de norte a sul do país, e apesar da crise e das medidas de austeridade do governo Monti, sete de cada 10 italianos não renunciam às liquidações e gastarão menos de € 200 cada, revela a Confcommercio. De acordo com a entidade, cresce a porcentagem dos consumidores (11,4% em relação a 2010) que limitou as despesas. A pesquisa conjunta com a Format Ricerche também revela que 25,9% gastarão entre € 200 e € 400, contra os 35,3% do ano passado. 

Casacos, vestidos, sapatos e blusas, de preferência de grife, serão os alvos preferidos, mas a novidade são as porcentagens dos descontos: quase todo o comércio varejista (96,5%) começa com 50%.

Já no Natal as vendas foram acompanhadas por ofertas pré-liquidação, um sinal da crise sobre a necessidade de antecipar a liquidez, comentou Mauro Bussoni, vice-diretor geral da Confesercenti. A temporada natalina, principalmente para o vestuário, foi fraca e as vendas caíram de 10 a 20% em relação ao mesmo período de 2010. "Por isso as liquidações com taxas de desconto mais atraentes podem ser uma boa oportunidade para não correr atrás do prejuízo", acrescentou ele.

Outros dados indicam que os consumidores italianos continuam confiando nas liquidações: 9 em 10 consideram boa a qualidade dos produtos, mais de 6 sobre 10 se sentem protegidos e para 73,6% a qualidade é mais importante do que o preço, observa ainda a Confcommercio.

Quase um em cada quatro (23%) compra pela Internet, enquanto o apelo por roupas de marca cai 17 pontos percentuais (de 28,6% de 2011 para os atuais 11,1%).

A 'hora X' da largada da temporada de liquidações é esperada principalmente por mulheres entre 25 e 44 anos, residentes no centro e no sul da Itália e nas áreas metropolitanas.

As previsões dos empresários sobre a evolução das vendas – destaca a Confcommercio – são menos otimistas do que no ano passado, com apenas 25,5% das empresas que esperam um aumento nas vendas, em comparação com os 27% no ano passado.

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