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Frase polêmica causa “saia justa” ao primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte

Salvini está contra todos.” Essas palavras sobre o ministro do Interior da Itália, ditas durante uma conversa com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, colocaram o premier Giuseppe Conte em uma saia-justa com a figura mais forte de seu governo.

O diálogo, ocorrido durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na semana passada, foi capturado por cinegrafistas do programa de TV “Piazzapulita”, que usaram de leitura labial para decifrar as frases ditas por Conte e Merkel, em inglês.

Na conversa, o primeiro-ministro conta à chanceler que o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), acionista de maioria do governo, está “sofrendo” por ter sido ultrapassado pela ultranacionalista Liga, liderada por Salvini, nas pesquisas para as eleições europeias de maio.

Na sequência, ele explica que o M5S considera a Alemanha “amiga”, mas pretende fazer campanha “contra a França”. Merkel sorri, levanta os olhos e responde: “É uma abordagem muito simplista”.

Salvini passa a ser o tema da conversa entre os dois líderes, e Conte afirma que o ministro “não deixa espaço” para interferências na gestão das políticas migratórias da Itália.

“Para mim é diferente, sabe…”, diz, insinuando que possui uma postura mais branda em relação aos migrantes forçados que tentam chegar ao país.

Em determinado momento, Merkel pergunta: “Então Salvini é contra a França e a Alemanha, e Di Maio [líder do M5S] é contra a França?”. “Salvini é contra todos”, replica o primeiro-ministro.

Procurado pelo jornal La Repubblica, o ministro do Interior afirmou que “não é verdade” que ele seja “contra todos”.

“Naturalmente, é evidente que temos interesses econômicos e geopolíticos contrapostos, mas somos ‘por’ e não ‘contra’. Por exemplo, entre França e Alemanha, escolho Alemanha sempre”, declarou.

Salvini também garantiu que Conte tem sua “máxima estima” e que Merkel “não tem motivo” para se preocupar com ele. Por outro lado, partidos que são tradicionais aliados da Liga, mas não fazem parte do governo, criticaram o primeiro-ministro.

“Vi o vídeo em que Conte se confessa com Merkel e senti vergonha. É desolador ver a política externa italiana contada com as lógicas de torcidas”, declarou Giorgia Meloni, presidente do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FDI).

“A conversa entre Conte e Merkel é indigna não apenas para o presidente do Conselho dos Ministros, que mostra sua inadequação ao cargo, mas para a imagem internacional da Itália.

Perguntamo-nos até quando os benefícios políticos de Salvini compensarão os custos pesadíssimos que o M5S inflige ao país”, atacou Anna Maria Bernini, líder da legenda conservadora Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, no Senado.

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