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Mafioso italiano é preso no Ceará

Um trabalho de cooperação entre as polícias brasileira e italiana resultou na descoberta e prisão de um dos chefes da máfia da Camorra, na Itália, que estava vivendo em Fortaleza desde o ano passado. Francesco Salzano, 38, natural de Santa Maria de La Fossa, na região da Campania, província de Caserta, foi surpreendido pelos policiais federais quando tomava café em um posto de combustível próximo ao flat onde estava hospedado, na Avenida Abolição, no bairro Meireles.

"Ele fez cara de surpresa quando viu nossos policiais, ao perceber que tinha sido encontrado e estava sendo preso", contou o delegado federal Thomas Wlassak, chefe da Delegacia de Polícia de Imigração (Delemig) e representante da Interpol no Ceará. Depois de três ou quatro meses – tempo necessário para o processo tramitar no Brasil – o italiano deve ser extraditado.

O apelido de uma namorada brasileira foi uma das pistas que levaram à localização do estrangeiro, que tinha difusão internacional de mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal de Nápoles, por envolvimento em um triplo homicídio e participação em organização criminal internacional. "Os três assassinatos estão ligados a questões internas da organização criminosa, por conta de um desentendimento", explicou Wlassak .

Francesco já tinha estado no Brasil diversas vezes, como turista. A sua última entrada foi registrada em 10 de maio de 2010, quando ainda não havia mandados de prisão contra ele. Os documentos foram expedidos em dezembro do ano passado. A máfia da Camorra, chefiada por Francesco, atua especialmente no sul da Itália. "Conforme as investigações da Polícia local, além de integrar a organização, Francesco está envolvido no planejamento e execução do triplo assassinato", destacou o delegado Renato Casarini Muzy, superintendente regional da PF em exercício.

Para a captura do italiano, dois policiais daquele país vieram ao Ceará e se juntaram a uma equipe da PF cearense. "A contribuição deles foi decisiva para o sucesso da investigação. Houve uma importante troca de informações", disse Casarini. Após dez dias de investigações, o grupo chegou ao endereço do italiano. "Aparentemente, ele continuava aqui como turista, apesar de estar com seu visto vencido e ser considerado ilegal".

De acordo com o delegado, a prisão foi realizada com base em um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal. "Existe um trâmite para que a prisão aconteça aqui quando o mandado é de outro país. Mesmo existindo a ´difusão vermelha´ – alerta da Interpol com fotos e dados sobre procurados – não podemos simplesmente prender", afirma Wlassak.

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