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Itália recorda vítimas de massacre na ex-Iugoslávia

Em meio a polêmicas e acusações de negacionismo, a Itália relembra neste domingo (10) o 72º aniversário do Massacre das Foibe, um dos episódios mais trágicos relacionados à participação do país na Segunda Guerra Mundial.

Após o encerramento do conflito, em 1945, milhares de pessoas que se opunham à anexação da Veneza Giulia pela então Iugoslávia foram assassinadas pelo Exército do marechal Josip Broz Tito.

As vítimas eram jogadas com ou sem vida em buracos formados pela ação da água no solo, chamados na Itália de “foibe”. “Celebrar o Dia da Lembrança significa reviver uma grande tragédia italiana.

Um capítulo escuro da história nacional e internacional, que causou lutos, sofrimento e derramamento de sangue inocente”, disse o presidente Sergio Mattarella durante um discurso em Roma.

O Dia da Lembrança foi instituído em 2014 e é celebrado em 10 de fevereiro porque foi nessa data, 72 anos atrás, que os Tratados de Paris determinaram que a Itália entregasse a Ístria, o Quarnaro (braço de mar no Adriático) e a maior parte da Veneza Giulia para a Iugoslávia.

Estimativas apontam que de 5 mil a 17 mil italianos morreram na perseguição iugoslava, sendo que a maioria residia na cidade de Trieste, hoje pertencente à Itália, e nas regiões de Ístria e Dalmácia, que atualmente fazem parte da Croácia. Calcula-se em 250 mil o número de pessoas obrigadas a fugir de casa.

“As crianças mortas nas foibe e as crianças de Auschwitz são iguais. Não existem mártires de série A e vítimas de série B”, disse o ministro do Interior Matteo Salvini, que participou de uma cerimônia na foiba de Basovizza, em Trieste.

Durante os últimos dias, ele havia acusado a Associação Nacional dos Partisans da Itália (Anpi) de promover o negacionismo por causa da realização de um congresso em Parma no qual seria exibido o filme “A foiba de Basovizza: uma mentira histórica”.

“É necessário rever as contribuições às associações, como a Anpi, que negam os massacres feitos pelos comunistas no pós-guerra”, ameaçou Salvini no último dia 4. Já a Anpi respondeu que o Massacre das Foibe é uma “tragédia nacional” e que deve ser abordada “sem ambiguidade, contextualizando os fatos”.

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