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Ministério Público de Roma não reabrirá inquérito sobre morte de Pasolini “no momento”

O Ministério Público de Roma não reabrirá “neste momento” o inquérito sobre o homicídio do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, ocorrido em 1975, em Ostia, no litoral romano, e cujas circunstâncias permanecem sem esclarecimentos.

A informação foi apurada com fontes da Procuradoria da capital italiana e reiterada pelo advogado Stefano Maccionio, que, em março passado, apresentou um pedido para reabrir a investigação, em nome do ex-assistente de Pasolini, o diretor David Grieco, e do roteirista Giovanni Giovannetti.

“Neste momento não tenho conhecimento de que a Procuradoria de Roma vá reabrir a investigação” sobre a morte de um dos principais nomes da sétima arte, declarou Maccionio.

No documento, o advogado cobra investigações para descobrir a origem de amostras de DNA descobertas por policiais na cena do crime em 2010. O único condenado pelo assassinato foi o ex-garoto de programa Giuseppe “Pino” Pelosi, morto em julho de 2017.

Menor de idade na época do crime, Pelosi disse inicialmente que matou o cineasta durante um encontro sexual frustrado, porém ele mudaria sua versão décadas mais tarde, afirmando que o intelectual foi assassinado por outras três pessoas.

No entanto, Pelosi nunca deu nenhuma pista que permitisse a identificação dos supostos autores. “Naquela madrugada, em Ostia, Pino Pelosi não estava sozinho.

Existem ao menos três traços, três ‘fotografias’ de pessoas, e isso explica por que, após quase 50 anos, ainda é possível alcançar a verdade judicial”, diz a ação apresentada.

O pedido também cita um depoimento dado em dezembro passado à Comissão Parlamentar Antimáfia por Maurizio Abbatino, ex-integrante da Banda della Magliana, organização já extinta e que mantinha laços com a máfia e a extrema direita italiana.

Na ocasião, Abbatino explicou que a morte de Pasolini poderia estar ligada ao furto das versões originais de algumas cenas do seu filme “Salò ou os 120 Dias de Sodoma”, que ainda estava em produção e foi lançado poucas semanas depois do assassinato.

Segundo o depoimento, o cineasta havia viajado a Ostia justamente para tentar recuperar as gravações, que tinham sido furtadas pelo próprio Abbatino. “Pasolini foi atraído para uma armadilha e agredido até a morte”, acrescenta a ação movida por Maccioni.

Até o momento, porém, a única certeza do advogado é que o documento, que pede para verificar a quem pertence os três DNAs identificados pela polícia em 2010 na cena do crime, está sob análise dos magistrados desde março passado.

“Espero que as investigações sejam reabertas, mas obviamente não posso dizer com certeza”, concluiu Maccioni.

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