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Italianos recebem um dos menores salários entre os países desenvolvidos

O trabalhador italiano recebe um dos salários médios mais baixos entre os que são pagos nos 30 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A informação consta de um estudo divulgado pela entidade esta semana, e que tem gerado polêmica no cenário político da Itália.

 

O levantamento toma como base de cálculo a relação entre as remunerações pagas e o custo de vida em um determinado país, com a inclusão de encargos como o pagamento de impostos.

 

Com um salário bruto médio de US$ 21.374 por ano, cerca de US$ 1.800 por mês, a Itália ficou na 23ª posição, mesmo posto que ocupava no ano passado.

Os sete países que ficaram atrás são Portugal, República Checa, Polônia, Hungria, Eslováquia, Turquia e México. Os primeiros da lista, em contrapartida, são Grã-Bretanha, Japão, Estados Unidos, Alemanha e França.

O valor dos salários italianos é 17% inferior à média das remunerações
pagas nos demais membros da OCDE.

Como o país atravessa um mau momento econômico, eco da crise internacional, a divulgação dos números alimentou ainda mais o debate político entre governo e oposição.

O ministro do Trabalho, Maurizio Sacconi, disse que os salários são baixos por causa do sistema de contratação que era praticado antigamente no país, o qual estabelecia vínculos trabalhistas coletivos.

Já o ministro de Atualização de programas do governo, Gianfranco Rotondi, admitiu que os dados são relevantes, mas ressaltou "o enorme esforço que tem sido feito em benefício dos setores mais pobres da população, dos jovens e das pequenas e médias empresas".

A oposição, por outro lado, exige que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi altere as políticas que vem adotando até agora para enfrentar a crise.

Para Cesare Damiano, chefe do Comitê Econômico do Partido Democrata (PD), a principal força de oposição do país, o quadro revelado pela OCDE exige "uma intervenção governamental para aumentar o poder aquisitivo dos italianos".

Segundo ele, o fortalecimento do consumo ajudará a economia do país a sair da crise. Já o líder do partido Itália dos Valores (IDV) no Senado, Felice Belisario, disse que o premier "deve parar com as políticas em favor dos bancos e contra os trabalhadores".

Na última semana, o Instituto Nacional de Estatística (Istat) da Itália informou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 5,9% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2009, pior resultado desde 1980. Em 2008, a economia do país encolheu 1%.

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