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Juíz federal brasileiro, Sergio Moro, diz que pensa em juíz italiano assassinado pela Cosa Nostra

Responsável pelo julgamento das ações da Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro contou que, nos momentos de maior dificuldade em seu trabalho, pensa no magistrado italiano Giovanni Falcone, assassinado pela Cosa Nostra em maio de 1992 por conta de sua luta contra a máfia.

Moro participou em São Paulo de um "almoço-debate" organizado pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, entidade dirigida pelo empresário João Doria, possível candidato do PSDB à Prefeitura da capital paulista no ano que vem.

"Nos momentos de dificuldade, leio livros sobre Giovanni Falcone e vejo que os casos nos quais ele atuava eram muito mais profundos que o meu. Então sigo em frente", disse o juiz, respondendo a uma pergunta do próprio Doria, que o havia questionado sobre as pressões que vem sofrendo por investigar grandes empreiteiras e políticos.

Algumas das companhias envolvidas na Lava Jato, inclusive, fazem parte do Lide, como Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão. Ao lado de Paolo Borsellino, Falcone foi um dos principais nomes do combate à máfia na Itália entre o fim dos anos 1980 e o início da década de 1990.

Em 23 de maio de 1992, o magistrado, sua esposa (Francesca Morvillo) e três agentes da escolta (Vito Schifani, Rocco Dicillo e Antonio Montinaro) perderam a vida em um atentado na rodovia A29, nos arredores de Palermo.

A ação foi encomendada pela Cosa Nostra, que estava na mira dos processos conduzidos por Falcone. Perguntado – novamente por Doria – se tinha medo de ser assassinado, Moro disse que não se sentia "confortável" para responder.

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