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Panfleto da Liga critica “autodeterminação” da mulher

O partido ultranacionalista Liga virou alvo de críticas na Itália, inclusive de aliados no governo, por conta da divulgação de um panfleto que reduz a mulher ao papel de mãe e procriadora.

A campanha foi lançada pela seção da legenda em Crotone, no sul do país, e explica quem são aqueles que “ofendem a dignidade da mulher”.

O folheto dá como exemplos “quem promove iniciativas favoráveis à vergonhosa prática da barriga de aluguel”; “quem acredita que as mulheres precisem de ‘cotas rosa’ para demonstrar o próprio valor”; e “quem apoia uma cultura política que reivindica uma autodeterminação da mulher cada vez mais destacada e absoluta, o que suscita uma postura rancorosa e de luta contra o homem”.

Além disso, a Liga de Crotone diz que “quem combate culturalmente o papel natural da mulher voltado à promoção e ao sustento da vida e da família” também ofende sua dignidade. “A Liga Salvini Premier de Crotone está convencida de que a mulher tem uma grande missão social a cumprir para o futuro e a sobrevivência de nossa nação”, conclui o panfleto.

Em uma nota conjunta, as ministras ligadas ao antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) – Elisabetta Trenta (Defesa), Giulia Grillo (Saúde) e Barbara Lezzi (Sul) – disseram que o manifesto, divulgado por ocasião do Dia da Mulher, é “chocante”.

“Ler que ‘ofende a dignidade da mulher quem reivindica sua autodeterminação, suscitando uma postura rancorosa contra os homens’, nos leva décadas atrás. Como mulheres deste governo, expressamos nossa mais profunda preocupação”, afirmaram.

A seção de Crotone da Liga, por sua vez, justificou que o panfleto é um “hino ao papel central da mulher na sociedade”. O líder do partido, Matteo Salvini, vice-premier e ministro do Interior, se limitou a dizer que “não compartilha algumas passagens” do manifesto, sem citar quais. “Trabalho pela dignidade homem-mulher e papai-mamãe”, acrescentou.

 

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