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PESQUISA: Itália tem 7 milhões de “bamboccioni”; marmanjos que nunca saem da casa dos pais

Um casal de idosos de Veneza, Itália, solicitou à Associação de Consumidores da magnífica, estupenda cidade flutuante que enviasse ao seu filho uma carta pedindo que deixasse a casa da família em um período máximo de dez dias. O rebento não é violento com os pais, tampouco usa drogas ou é prisioneiro de qualquer outro vício. É um filho “convencional”, tirando o fato de que se recusa terminantemente a deixar a casa dos pais, mesmo tendo 41 anos de idade — e emprego estável. De acordo com a queixa dos anciãos, o marmanjo não apenas bate o pé para permanecer na mordomia como sua postura é cada vez mais exigente e até agressiva.


O Incrível Exército dos Bamboccioni

O quarentão faz parte de um grupo conhecido na Itália como o dos bamboccioni — literalmente, “bebezões” –, homens adultos que, embora já ostentem idade mais do que suficiente para tocar suas próprias vidas em um endereço diferente do dos pais, não têm condições financeiras ou simplesmente não querem dar este passo adiante. Preferem viver com os agrados e cuidados da mamma. O caso, verídico, poderia servir de argumento pra uma boa comédia italiana.

Mas o lado sério da questão é que, segundo as últimas pesquisas sobre o assunto no país de Silvio Berslusconi, nada menos que 70% dos homens com entre 18 e 34 anos ainda não se emanciparam. Isto corresponde a uma inacreditável multidão de 7 milhões de pessoas. A coisa preocupa as autoridades, a ponto de já existir legislação que beneficia com empréstimos facilidados e outras vantagens para jovens — empregados — até 30 anos que não vivam na casa paterna.

2 milhões sem fazer nada, numa economia que periga

Por ter sete anos a mais do que a idade máxima considerada no estudo, o personagem que recebeu a cartinha intimidante da mamma e do babbo nem cabe na estatística. E, se coubesse, pertenceria ao grupo economicamente menos preocupante, já que se encontra empregado: de acordo com os mesmos levantamentos, destes 7 milhões, 2 milhões não estudam nem trabalham. É a versão italiana dos Ni Ni, como os quase vizinhos espanhóis chamam os jovens que não fazem nada.

Para um país como a Itália, cuja população economicamente ativa fica um pouco abaixo da faixa de 50%, algo próximo a 25 milhões de pessoas, saber que um décimo delas não está “nem aí” ajuda a explicar algumas coisas.

Sobretudo as teorias de alguns especialistas, para os quais o país, apesar da extraordinária qualidade de muitos de seus produtos que circulam mundo afora, da conhecida inventividade de seu povo e de outros pontos fortes de uma cultura milenar, está na lista dos ameaçados de desmantelamento financeiro com a crise europeia e mundial. (Fonte: Veja)

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