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Navios humanitários não são inofensivos, diz ministro italiano

O ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, afirmou que os navios de ONGs que operam no Mediterrâneo não são “inofensivos”.

As embarcações humanitárias já resgataram cerca de 11 mil pessoas no mar desde o início do ano, aproximadamente 12% dos migrantes forçados que desembarcaram na Itália em 2022, mas protagonizaram uma queda de braço com o governo de Giorgia Meloni no início de novembro.

Uma delas, a Ocean Viking, da SOS Méditerranée, foi impedida de atracar em solo italiano com 234 náufragos a bordo e forçada a buscar um porto seguro na França, a mil quilômetros de distância.

“Esses navios agem de modo autônomo, comprometendo também a capacidade de fazer operações de salvamento. Então é legítimo considerar o trânsito dessas embarcações como nãoinofensivo”, disse Piantedosi, indicado ao cargo pelo líder de extrema direita Matteo Salvini, em sabatina no Senado.

O ministro do Interior ainda afirmou que a presença de navios de ONGs no Mediterrâneo representa um “fator de atração” para migrantes forçados. Além disso, declarou que o sistema de acolhimento italiano abriga atualmente 100 mil pessoas e está “saturado”.

A SOS Méditerranée reagiu às falas de Piantedosi e disse à agência Ansa que a teoria do “fator de atração” – que culpa as ONGs pelos fluxos migratórios no Mediterrâneo – é uma “velha fake news”.

“Deveriam prestar atenção no ‘fator de pressão’, ou seja, naquilo que acontece nos centros de detenção arbitrária na Líbia, onde as pessoas são torturadas”, afirmou a entidade, acrescentando que voltará ao mar em algumas semanas “para salvar vidas”.

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