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Prefeito de Legnano é preso acusado de tráfico de influência e corrupção eleitoral

O prefeito de Legnano, cidade símbolo do nascimento do partido ultranacionalista Liga, foi preso acusado de tráfico de influência e corrupção eleitoral.

Gianbattista Fratus, que pertence à legenda liderada pelo ministro do Interior Matteo Salvini, foi colocado em regime de detenção domiciliar, assim como a secretária de Obras Públicas de Legnano, Chiara Lazzarini.

Já o vice-prefeito e secretário de Orçamento da cidade, Maurizio Cozzi, cumpre prisão preventiva em regime fechado. Segundo o Ministério Público, Fratus deu um cargo em uma empresa pública para a filha de um candidato derrotado no primeiro turno das últimas eleições municipais, em troca de seu apoio no segundo.

“A coisa mais alarmante é que todos os investigados têm um escasso senso de legalidade e não percebem a gravidade de suas ações, como se esse modus operandi estivesse dentro da lei somente porque é disseminado”, disse a Procuradoria.

O caso acontece poucos dias depois de uma operação contra a corrupção ter levado à prisão de mais de 40 políticos, funcionários públicos e empresários na Lombardia, região onde fica Legnano.

“Está claro que há uma emergência de corrupção, um ‘tangentopoli bis’ [nome do megaesquema desbaratado pela Operação Mãos Limpas no início dos anos 1990], que atinge todos os partidos”, disse o ministro do Trabalho e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, líder do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

Salvini, por sua vez, garantiu ter confiança “em seus homens e na magistratura”. “Espero que esses inquéritos todos terminem rapidamente para distinguirmos culpados e inocentes”, declarou.

Simbolismo – A prisão de Fratus é um duro golpe na Liga também por motivos simbólicos: a cidade, situada na região metropolitana de Milão, foi palco da célebre “Batalha de Legnano”, em 29 de maio de 1176, quando uma liga de forças lombardas freou as ambições hegemônicas do imperador Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, na Itália setentrional.

Mais tarde, o termo “Liga Lombarda” batizaria o núcleo originário da Liga Norte, partido que surgiu com pretensões separatistas, mas, sob o comando de Salvini, virou a principal força de extrema direita na Europa.

O líder das tropas lombardas na Batalha de Legnano foi Guido da Landriano, mas a tradição popular confere esse papel a Alberto da Giussano, cuja silhueta com a espada alçada para o céu é até hoje o símbolo da Liga.

O partido também é conhecido como “Carroccio”, carro de bois em torno do qual se reuniam as tropas lombardas. Por conta de seu histórico, a cidade é a única citada no Hino Nacional italiano.

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