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Presidente da Itália descarta antecipar eleições

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, voltou a rechaçar a hipótese de convocar eleições antecipadas e deu mais um voto de confiança para o atual primeiro-ministro do país europeu, Paolo Gentiloni.   

Desde a queda de Matteo Renzi, em dezembro passado, a oposição vem cobrando a renovação do Parlamento já em 2017, embora a atual legislatura termine apenas em 2018. No entanto a prerrogativa de dissolver a Câmara e o Senado é do chefe de Estado, que até agora não deu sinais de que fará isso.   

“O prazo natural da legislatura é o fim de fevereiro. E a data natural das eleições é entre fevereiro e o início da primavera [europeia]”, declarou Mattarella durante uma entrevista à agência norte-americana “Bloomberg”.   

O presidente admitiu que, em uma democracia, pode-se criar a qualquer momento as condições para um pleito antecipado, mas disse também que essa hipótese é improvável por enquanto. “Não se vê sinais nesse sentido, por isso é provável que se respeite o prazo natural”, acrescentou.   

Pouco depois da entrevista, o líder do partido ultranacionalista Liga Norte, Matteo Salvini, um dos principais defensores das eleições antecipadas, criticou o chefe de Estado. “Mattarella vive em Marte ou na Líbia esperando um bote para partir. Se estivesse no mundo real, saberia que, pelas condições desastrosas dos impostos, da imigração e do desemprego, deveria ser permitido votar amanhã”, atacou.   

Em diversas ocasiões, o presidente já deu sinais de que só convocará uma nova votação para renovar o Parlamento quando os sistemas eleitorais para a Câmara e o Senado forem homogêneos, algo que está longe de acontecer.   

No modelo atual, sairiam das urnas composições bastante diferentes para as duas Casas, o que poderia causar problemas de governabilidade para o futuro primeiro-ministro. Já está em tramitação um projeto para atualizar o sistema eleitoral, mas as discussões serão retomadas somente em agosto.   

O antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) é outra legenda que defende eleições antecipadas, ideia que também não encontra oposição em Renzi, líder do governista Partido Democrático (PD), ao qual Gentiloni pertence, e desde já candidato a voltar ao Palácio Chigi.

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