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Em documento, Papa Francisco pede revitalização de monastérios

O papa Francisco defendeu na constituição apostólica "Vultum Dei quaerare" ("Buscar a face de Deus", em livre tradução), falando sobre a contemplação da vida das mulheres, que as freiras de clausura "não se deixem prender a tentações de números e eficiência" e revitalizem os monastérios.   

O líder religioso ainda pediu evitar o recrutamento de candidatas de outros países, em geral de origem pobre, "com o único objetivo de garantir a sobrevivência do monastério". "Os monastério devem prestar especial atenção ao discernimento espiritual e vocacional, assegurando ao candidato um acompanhamento pessoal e promovendo itinerário formativo adequado, tendo sempre em mente que a formação inicial reserva um amplo espaço de tempo", acrescentou o Pontífice, sobre a delicada questão.   

Neste âmbito, o documento indica 12 temas de reflexão, entre eles a importância da oração e o papel das freiras de clausura, critérios específicos para a autonomia das comunidades contemplativas e a adesão dos mosteiros a uma federação.   

Francisco ainda expressou seu apresso pelas "irmãs contemplativas", que se decidam ao silêncio e a oração, destacando que a Igreja necessita delas. O Papa, no entanto, disse que elas precisam se atualizar com cursos realizados fora dos monastérios. Sobre as redes sociais, o documento diz que se tratam de "instrumentos úteis para a formação e a comunicação", mas pede "um discernimento prudente", para que não se tornem motivo para "fuga da vida fraterna", dificultando seu papel de contemplação.   

Segundo Francisco, ele escreveu o documento motivado pelo caminho tomado pela Igreja e "o rápido progresso da história humana" nas últimas cinco décadas, desde a realização do Concílio Vaticano II. Aí nasceu a necessidade de tecer um diálogo com a sociedade contemporânea, salvaguardando, ao mesmo tempo, "os valores fundamentais" da vida contemplativa, cujas características de silêncio, de escuta e estabilidade, "podem e devem ser um desafio para a mentalidade de hoje".   

Histórico – O documento foi assinado pelo Papa no último dia 29 de junho.  

A constituição apostólica é um dos mais importantes documentos escritos por um Pontífice e pode tratar dos mais diferentes temas inerentes à vida na Igreja ou de seus fiéis. A última foi publicada pelo papa João Paulo II, em 1996, chamada de "Universi Dominici Gregis", que definia regras de eleição do Papa. Ao todo, 15 documentos do tipo — que não é igual àquele que determina os dogmas da Igreja — foram divulgados desde 1570. (Ansa)

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