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Na Itália, ex-refém da Farc Ingrid Betancourt, fala sobre a “verdadeira liberdade”

A franco-colombiana Ingrid Betancourt, ex-refém da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), afirmou que "a verdadeira liberdade" é o poder de escolha.

"A liberdade, a verdadeira liberdade, é poder escolher quem você quer ser em qualquer situação da vida.

Poder escolher é a verdadeira liberdade, e este valor se entende quando você perde tudo, como foi o meu caso", defendeu Betancourt, ao participar de uma conferência na cidade italiana de Spilinga, na região da Calábria.

"Seis anos amarrada, com uma corrente, a uma árvore, sem poder caminhar, levantar, sentar, falar, ou poder permanecer quieta. É quando se está nestas situações que se compreende o valor da liberdade", disse a ex-candidata à presidência da Colômbia.

Betancourt chegou no último sábado à Itália, foi recebida no aeroporto pela vice-presidente da região da Calábria, Antonella Stasi, e pelo prefeito Franco Barbalace.

"Ela representa o sofrimento para a defesa dos direitos humanos. E, sobre os direitos humanos, a minha cidade pretende construir o próprio futuro", comentou Barbalace.

"Em defesa da liberdade, fiquemos todos unidos. Na Calábria, como na Colômbia, há muitas pessoas que trabalham pelo bem", exaltou a franco-colombiana, ao desembarcar no aeroporto de Lamezia Terme.

Segundo Betancourt, "devemos trabalhar para ensinar a paz. Quando eu era jovem, acreditava que se podia encontrar uma solução para tudo com o tempo. E, às vezes, cabe a nós fazer alguma coisa, hoje. Devemos trabalhar as mentes e os corações. Estou segura que eles devem ser mudados. Muitas vezes, pensamos que o que fazemos é pouco. Mas as sementes crescem".

"A verdade é que o bem vence sempre o mal. Nós somos unidos e temos confiança que iremos conseguir o mundo que queremos", observou.

Contanto que irá viajar pelo mundo para "compartilhar o valor da liberdade com as pessoas que encontro", a ex-candidata à presidência da Colômbia relatou que, falando com os seus sequestradores, percebeu que a opção deles de ser terrorista "nascia da exclusão social".

No entanto, ela pontuou que não há nenhuma justificação moral para ser terrorista só pelo fato de ser excluído da sociedade.

Acompanhada por sua mãe, a senadora Yolanda Pulecio, Betancourt disse que fez um passeio pela cidade de Tropea, uma das mais conhecidas localidades turísticas da Calábria, "como ato simbólico, em nome de todas aquelas pessoas prisioneiras que não podem fazer uma coisa do gênero".

A ex-refém das Farc permanecerá na Itália até a próxima quarta-feira. Durante sua estadia no país, irá se encontrar com várias autoridades políticas, entre elas o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, em Roma.(ANSA)

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