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Papa e Shimon Peres pedem que negociações ajudem a alcançar acordo entre israelenses e palestinos

O papa Bento XVI e o presidente de Israel, Shimon Peres, expressaram o desejo para que a retomada dos contatos diretos entre israelenses e palestinos "ajude a alcançar um acordo respeitoso das legítimas aspirações dos dois povos". 

De acordo com um comunicado difundido pela sala de imprensa do Vaticano, o Pontífice e o líder político e Prêmio Nobel da Paz de 1994 também manifestaram a intenção de que o resultado dos diálogos seja "capaz de levar uma paz estável à Terra Santa e a toda a região".

Bento XVI e Peres se encontraram nesta manhã na residência papal de Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma — onde o líder máximo da Igreja Católica passa férias. O colóquio é realizado no mesmo dia em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, devem reiniciar em Washington negociações diretas de paz, suspensas há quase dois anos. 

Ainda de acordo com a nota, durante o encontro em Castel Gandolfo "foi reiterada a condenação de qualquer forma de violência e a necessidade de garantir a todas as populações da área melhores condições de vida" e "não faltou uma referência ao diálogo inter-religioso e um olhar conjunto à situação internacional". 

Foi discutida ainda a situação das comunidades católicas na região, sobre as quais assinalou-se "o significado particular" de sua presença "na Terra Santa e a contribuição que oferecem ao bem comum da sociedade, também através das escolas católicas". 

Outro tema foram as negociações sobre o acordo econômico entre Israel e a Santa Sé, tendo sido notados os "resultados da Comissão Bilateral de Trabalho, comprometida há anos na elaboração de um acordo relativo a questões de caráter econômico, e foi desejada uma rápida conclusão". 

O organismo tem a função de debater diversos temas pendentes entre os dois Estados, como o reconhecimento diplomático de Israel por parte da Santa Sé, já alcançado, e o estatuto fiscal da Igreja no país, assim como questões referentes às propriedades da instituição no território, entre outros aspectos. 

"Durante os colóquios, desenvolvidos em um clima de cordialidade, foi lembrada a peregrinação que Sua Santidade cumpriu na Terra Santa em 2009", continuou a nota, em alusão à viagem realizada em maio daquele ano na qual Bento XVI encontrou Peres. 

O presidente israelense chegou a Castel Gandolfo por volta das 9h20 (4h20 no horário de Brasília) e conversou com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, e com o secretário para as Relações com os Estados, Dominique Mamberti. Pouco antes das 11h locais ele se reuniu com o Papa, em um encontro privado e sem intérpretes, conduzido em inglês e que durou cerca de 40 minutos. 

Na tradicional troca de presentes, Peres ofereceu a Bento XVI um candelabro com sete braços chamado de menorá, um dos mais tradicionais símbolos da cultura judaica e emblema do Estado de Israel. Em troca, o Pontífice deu uma medalha de bronze que traz impresso o projeto inicial de sistematização da Praça de São Pedro.

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