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Silvio Berlusconi se diz disposto a escutar ideias, mas descarta alterar plano de austeridade

O presidente do conselho italiano, Silvio Berlusconi, mostrou-se disposto a "escutar novas ideias" para melhorar o pacote de medidas de austeridade adotado na sexta-feira, apesar de afirmar que o resultado final se manterá "absolutamente invariável".

Em declarações aos jornalistas na Sardenha, Berlusconi reagiu desta forma às preocupações da classe política do país e das administrações afetadas pelos cortes.

Com esse novo plano de austeridade, que prevê economizar cerca de 45,5 bilhões de euros em dois anos, o governo espera colocar fim aos ataques especulativos contra a Itália, vítima da crise da dívida da zona do euro.

Estas novas medidas somam-se às adotadas em meados de julho pelo Parlamento em um total de 48 bilhões de euros.

O plano responde aos pedidos dos sócios europeus e do BCE, que condicionou o apoio à Itália através da compra de títulos do Estado à aprovação de novas medidas de austeridade.

O novo texto é um decreto de lei que deverá ser aprovado pelo Parlamento em 60 dias.

"As linhas deste pacote de medidas devem ser invariáveis, são intocáveis. Agora, se durante o processo parlamentar surgirem novas ideias que aportem melhoras às medidas adotadas, não há obstáculo para que sejam escutadas", disse Berlusconi.

"Examinaremos as propostas sem fazer distinção sobre a origem de quem as propõe", completou.

Todos os setores expressaram seus temores aos cortes. O ministro do Interior (da Liga Norte) Roberto Maroni assegurou que não aceitará que se reduza o orçamento de segurança e o principal sindicato do país ameaçou com uma greve geral.

O governo anunciou uma "taxa de solidariedade" sobre as rendas mais altas, eliminar as províncias com menos habitantes e fundir as cidades pequenas, privatização dos órgãos municipais, flexibilização do direito ao trabalho, reforço da luta contra a evasão fiscal, a mudança dos feriados para as segundas-feiras, uma alta dos impostos sobre os lucros do setor financeiro e um aumento progressivo da idade de aposentadoria para as mulheres no setor privado.

Os ministérios, além disso, deverão economizar 8,5 bilhões de euros (12,3 bilhões de dólares) em dois anos e serão reduzidas as transferências às entidades locais em 9,5 bilhões de euros (13,7 bilhões de dólares).

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