Notícias

Senado italiano aprova a cassação do mandato de Silvio Berlusconi

O Senado italiano aprovou a cassação do mandato no Parlamento do ex-premiê Silvio Berlusconi. Desta maneira, o político fica sem imunidade parlamentar para enfrentar os vários processos que responde na Justiça.

"É um dia amargo, um dia de luto", declarou  Berlusconi, com a mão sobre o coração, ao cumprimentar seus partidários em Roma, pouco antes da votação no Senado sobre a sua destituição.

"Vejo em seus olhos que a emoção não é apenas minha, mas também a de vocês", disse, agradecendo os milhares de partidários reunidos em apoio ao seu líder.

O resultado já era esperado, já que a esquerda e o Movimento Cinco Estrelas, do humorista Beppe Grillo, anunciaram um voto conjunto.

O pedido de cassação foi aberto após o ex-primeiro-ministro ser condenado por fraude fiscal no processo conhecido como Mediaset.

A Terceira Corte de Apelação de Milão sentenciou Berlusconi a quatro anos de prisão e dois anos de afastamento de cargos públicos.

O plenário do Senado rejeitou as nove propostas apresentadas por vários senadores para que não fosse aplicada a Berlusconi a chamada "lei Severino", que estabelece a expulsão do Parlamento dos condenados a penas superiores a dois anos de prisão.

A princípio, a decisão não provocará consequências para o governo de coalizão de Enrico Letta, de centro-esquerda, que pode contar com a lealdade dos cinco ministros de direita, incluindo um ex-aliado de Berlusconi, Angelino Alfano, e outros 50 deputados reagrupados como Nova Centro-Direita.

Berlusconi e seus "falcões" passaram à oposição na terça-feira ao pedir um voto contra a lei de orçamentos, sobre a qual o governo havia apresentado uma "maxi emenda" com todas as modificações atribuídas pelo Senado ao projeto de lei.

A moção de confiança foi vencida pelo governo durante a noite por 171 votos a 135.

A imprensa italiana enfatiza a retirada do apoio, mais que o fim de 20 anos de domínio de "Il Cavaliere" na política do país.

Alguns não parecem acreditar nele, como o jornal "La Repubblica", que escreve: "A aposta de Silvio: voltarei ao palácio Chigi".

O "Corriere della Sera" critica Berlusconi por ter escolhido o lema "Depois de mim, o dilúvio", assim como o "berlusconianos" por terem optado, ao lado do movimento Cinco Estrelas, por uma "posição antissistema".

Em junho, Berlusconi foi condenado em primeira instância a  7 anos de prisão e à  inabilitação do exercício de um cargo público pelos crimes de abuso de poder e incitação à prostituição de menores, no chamado caso Ruby. Segundo a Justiça italiana, O ex-premiê manteve relações sexuais com a jovem marroquina Karima O Marough, mais conhecida como Ruby, em troca de dinheiro e ciente de que ela era menor de idade. Ele "comandava" ainda as festas sexuais apelidadas de "bunga-bunga" e realizadas em sua luxuosa mansão perto de Milão. 

Mostrar mais

Artigos relacionados

Fechar

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios