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Barrado pela Itália, navio com 64 migrantes ruma para Malta

Após ter sido recusado pela Itália, o navio Alan Kurdi, da ONG alemã Sea Eye e que leva 64 migrantes a bordo, deixou os arredores da ilha de Lampedusa e navega em direção a Malta, onde pedirá a indicação de um porto seguro para atracar.

A embarcação resgatou os deslocados internacionais na última quarta-feira (3), na costa da Líbia, e se dirigiu a Lampedusa, ilha italiana situada no Mediterrâneo Central. O navio ficou navegando em zigue-zague na fronteira das águas territoriais da Itália, mas foi impedido de atracar pelo ministro do Interior Matteo Salvini.

“Ele não apenas humilhou os náufragos, mas explora tudo e todos para obter a maior vantagem possível”, disse a ONG sobre o líder de extrema direita. O governo chegou a autorizar o desembarque das duas crianças a bordo, de suas mães e de uma mulher grávida, mas elas não quiseram se separar dos maridos.

“Recuo, navio de ONG vai para Malta. Muito bem, na Itália não se entra”, escreveu Salvini no Twitter, usando uma hashtag que diz “portos fechados”.

Normas – As regras internacionais determinam que pessoas resgatadas no mar devem ser levadas ao porto seguro mais próximo.

O governo da Itália defende que os migrantes, nesses casos, sejam transportados de volta à Líbia, país que está fragmentado politicamente desde 2011 e à beira de uma guerra civil entre as várias milícias que disputam seu comando.

Já as ONGs que atuam no Mediterrâneo denunciam violações dos direitos humanos e a existência de “campos de concentração” de migrantes na nação africana. A Itália também cobra da União Europeia mais solidariedade no acolhimento a solicitantes de refúgio, mas os países do leste – com quem Salvini busca se aliar – barram todas as tentativas de se criar um mecanismo permanente de redistribuição.

O ministro, líder do principal partido de extrema direita na UE atualmente, endureceu as políticas migratórias da Itália e se tornou a figura mais popular do governo, embora já tenha sido acusado de sequestro e abuso de poder ao bloquear navios de migrantes na costa.

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