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Italianos recordam um ano da morte de Eluana Englaro

Personalidades da política e da Igreja católica da Itália recordaram um ano da morte de Eluana Englaro, que permaneceu 17 anos em estado vegetativo e faleceu após a suspensão de sua alimentação e hidratação, o que gerou uma polêmica no país sobre a eutanásia.

"Gostaria de recordá-la e compartilhar a tristeza e a dor por não ter podido evitar a sua morte", disse o premier italiano, Silvio Berlusconi, em uma mensagem às freiras que trabalham na clínica Beato Luigi Talamoni, onde Eluana permaneceu 14 anos internada.

Eluana Englaro, que faleceu aos 38 anos de idade, passou a viver em estado vegetativo após ter sofrido um acidente de carro em 1992. Os aparelhos que garantiam sua sobrevivência foram desligados depois que sua família obteve autorização judicial. 

"Peço ainda que orem pela Itália para que o país encontre a paz e a serenidade na vida pública e na privativa", completou o premier. 

Em nota destinada à família Englaro, parlamentares do partido Itália dos Valores (IDV) enviaram "seu pesar e proximidade ao pai daquela garota, por sua dor de longos anos, pela qual o mundo político continua a não ter respeito". 

Por sua vez, o presidente da Pontifícia Academia pela Vida, Rino Fisichella, lamentou o caso de Eluana, "uma página muito triste da nossa história", que "dilacerou o nosso tecido social, sobretudo porque a população não foi informada corretamente". 

"É evidente que se a informação não é coerente com os conhecimentos disponíveis, a opção será diversa" da realidade, apontou Fisichella. 

No mesmo sentido, em um editorial, o jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana (CEI), recordou essa "dolorosa morte", considerando ainda que "não é natural e é terrível" a ideia de "negar, de qualquer forma, a vida a qualquer pessoa ou deixá-la sozinha na fragilidade, em condições de extrema dependência, na dificuldade". 

Já o pai de Eluana, Beppino, afirmou que hoje sua filha, "como há um ano, como diziam há um ano: é um símbolo da liberdade individual". "O melhor modo para tutelar a vida em todas as situações é confiar a decisão a quem a vive", considerou. 

O caso da italiana desencadeou um amplo debate político no país. Na época, Berlusconi interviu pessoalmente para tentar impedir a morte da mulher. O papa Bento XVI, por sua parte, condenou a eutanásia, considerando-a "uma falsa solução para o sofrimento" e "um ato indigno do homem". (ANSA)

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