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Silvio Berlusconi reivindica ideia do fundo de estabilização aprovado pela União Europeia

O premier italiano Silvio Berlusconi reivindicou a autoria do plano de estabilização aprovado pela União Europeia e disse que sua proposta de um título europeu ainda não está madura, mas finalmente será uma realidade.

"Finalmente o fundo salva-Estados foi aprovado", um mecanismo "que surge de uma ideia lançada na Itália em 2008", disse Berlusconi em Bruxelas, após a reunião do Conselho Europeu.

No encontro, o Conselho aprovou a criação de um Fundo de Estabilização Europeu, para auxiliar os países da área do euro que passam por crises graves, por conta de desequilíbrios fiscais e ataques especulativos.

O chefe de governo italiano disse que os trabalhos do Conselho foram muito produtivos e ocorreram em um clima de "acordo absoluto", graças a um "trabalho de grupo eficaz" que permitiu proteger o euro em uma "gaiola de segurança".

Por outro lado, Berlusconi admitiu que os títulos europeus, sugeridos para a gestão conjunta das dívidas públicas dos países da área do euro, "ainda precisam amadurecer", o que vai acontecer, porque "se trata de um sistema ideal, que permitiria chegar a uma liquidez europeia semelhante à dos títulos norte-americanos".

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã Angela Merkel, disseram que com a criação deste fundo para atender à crise, os títulos europeus (eurobonds) não serão necessários.

No entanto, fontes da delegação italiana adiantaram que, por enquanto, Roma não assinará a carta com a qual Grã-Bretanha, França e Alemanha propõem "estabilizar" os orçamentos futuros da UE ao nível da inflação. 

"A carta ainda está aberta. A Itália tem algumas dúvidas, que pretende considerar" disseram as fontes. A proposta apresentada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron, pede que o orçamento anual da UE para 2012 e 2013 não suba acima da inflação e que as despesas para o período 2014-2020 se congelem ao nível de 2013.

A carta já recebeu o apoio explícito de Alemanha e França, e tudo indica que Suécia, Finlândia e Holanda farão o mesmo.

As fontes da delegação italiana disseram que a Itália compartilha a ideia de que o aumento dos recursos da UE fique abaixo da inflação, mas considera que é necessário dar um sinal sobre a qualidade dos gastos.

A Itália também questiona sobre a oportunidade da carta, que não respeitaria os procedimentos da Comissão Europeia, órgão executivo da UE, a quem caberia apresentar uma iniciativa deste tipo, como já se queixou o seu titular, José Durão Barroso.

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