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União Europeia dá razão à França por bloquear linhas ferroviárias com a Itália

A comissão europeia deu razão à França após esta ter bloqueado a sua fronteira ferroviária com a Itália durante algumas horas, neste último domingo. A medida, contestada pelos italianos, vem aumentando a tensão entre ambos os países em torno da imigração ilegal.

No domingo, a França decidiu bloquear durante algumas horas as suas linhas ferroviárias com ligação direta com o território italiano, numa medida que, segundo o governo, quebrava os ditames do código do espaço Schengen, conta o El País.

A ministra do Interior italiana, Cecilia Malmström, revelou que as autoridades francesas enviaram uma carta onde justificavam a decisão, e que «aparentemente tinham direito» a encerrar a fronteira.

«Explicaram-nos que [o corte do tráfego ferroviário] deveu-se a uma questão de ordem pública, que foi uma interrupção única e temporária, e que já restabeleceram o tráfego», anunciou.

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, lamenta a falta de solidariedade dos estados-membros da União Europeia (UE) e avançou com «o seu mais firme protesto» em relação ao sucedido.

A decisão francesa prende-se com o recente fluxo migratório com origem nos vários países do Norte de África, que face à onda de revolta árabe têm procurado refúgio nos países europeus do Mediterrâneo.

O foco desta imigração tem sido a ilha italiana de Lampedusa, onde chegaram nas últimas semanas milhares de imigrantes, provenientes na sua maioria da Tunísia.

A tensão com a vizinha França surgiu quando o executivo italiano concedeu uma licença especial de seis meses para os imigrantes chegados à ilha no Sul do país, que lhes permite também deslocarem-se para outros países da UE.

O ministro francês do Interior, Claude Guéant, afirmou que Paris «não deseja» tensões com a Itália, mas que o país tem que assegurar que os imigrantes «dispõem de recursos financeiros suficientes» para subsistir no país que os acolhe (Itália), ou para as viagens de ida e volta a qualquer outra nação vizinha.

«Se não tiverem, reconduzimos essas pessoas para Itália, que é o país de entrada», avisou.

Estima-se que a licença já tenha sido atribuída a mais de 20 mil imigrantes tunisinos, o que já suscitou críticas – além da francesa -, por parte da Áustria, Reino Unida, Eslováquia e Polônia.

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