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Advogado italiano Paolo Giachini divulga vídeo testamento deixado pelo nazista Erich Priebke

O advogado Paolo Giachini divulgou o vídeo testamento deixado pelo nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke, morto na semana passada, aos 100 anos de idade, em Roma. No vídeo, Priebke afirmou que as "execuções" das quais participou foram "terríveis", mas "era impossível dizer 'não'".

O nazista se referiu particularmente ao Massacre das Fossas Ardeatinas, ocorrido em Roma, em março de 1944, e no qual 335 civis italianos perderam a vida pelas mãos das forças nazistas.

"Disseram-nos: 'É uma ordem de Hitler. Quem não quiser cumprir, coloque-se do lado das vítimas e será fuzilado", afirmou o nazista, que nas imagens divulgadas aparece sentado diante de uma estante de livros. Ele também disse que muitos dos ataques contra os italianos eram "represálias". "O Grupo de Ação Patriótica (GAP), os comunistas italianos, cometeram atentados contra a polícia alemã. Eram homens da região de Alto Ádige, ou seja, italianos. Sabiam que, depois de um atentado, viria a represália", comentou Priebke no vídeo testamento, cujo título é a expressão em latim "Vae Victis" ("Ai dos vencidos", na tradução), atribuída ao rei dos gauleses, Breno, quando atacou Roma em 390 a.C.. Em entrevista à imprensa italiana, o advogado do nazista disse que Priebke "se encontrou, de maneira privada, com familiares de algumas vítimas das Fossas Ardeatinas ". "É mentira que Priebke não se arrependeu", defendeu Giachini. Após impasses e problemas legais, o corpo ex-oficial da SS permanece por tempo indeterminado no aeroporto de Pratica di Mare, próximo a Roma. Foi desmentido hoje que os restos mortais haviam sido levados para outro local. Priebke morreu na sexta-feira passada, aos 100 anos de idade, em Roma. Até agora não se chegou a uma decisão sobre onde o corpo será enterrado. A cidade de Roma e o governo da Argentina — país onde o nazista viveu após a Segunda Guerra Mundial — negaram-se a realizar o sepultamento.

Erich Priebke foi um Hauptsturmführer (capitão) da SS — organização militar ligada ao partido nazista de e a Adolf Hitler — durante a Segunda Guerra Mundial. Ele viveu cerca de 20 meses como prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir para a Argentina.

Após ser identificado por uma emissora de televisão, foi extraditado em 1995 à Itália para responder por crimes de guerra. Em 1998, ele foi condenado à prisão perpétua por participação no Massacre das Fossas Ardeatinas.

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