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Italianos recorrem à máfia para obter crédito

A crise global já derrubou a economia italiana para a maior recessão em pelo menos três décadas, mas, para a máfia, os problemas acabaram se tornando mais uma fonte de lucro. Com os bancos tornando o acesso ao crédito cada vez mais difícil, cresce o número de empresas que estão apelando a agiotas ligados a mafiosos para conseguir dinheiro para financiar suas operações. No ano passado, 180 mil companhias italianas recorreram a empréstimos da máfia. Em 2007, foram 150 mil.

Não há dados estatísticos sobre os juros cobrados pelos agiotas, mas, nos casos denunciados no ano passado, variavam de 55% a 730% ao ano, com boa parte girando em torno de 120% – menos, portanto, do que o cobrado pelos bancos nacionais pelo uso de cheque especial para pessoa física (170% ao ano) em janeiro, segundo dados do BC.

De acordo com o jornalista e escritor Roberto Saviano (foto), autor do livro Gomorra, sobre a Camorra, um dos principais grupos mafiosos italianos ao lado da "Ndrangheta, da Cosa Nostra e da Sacra Corona Unita, "o mercado do crime nunca sofre durante a crise. Estou convencido de que esta crise está trazendo enormes vantagens para os sindicatos criminosos".

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