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POLÍTICA: Mario Draghi obtém voto de confiança do Senado da Itália

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, obteve o voto de confiança do Senado com ampla maioria, confirmando o apoio pluripartidário a seu governo de união nacional.

Com exceção do Irmãos da Itália (FdI), de extrema direita, todos os grandes partidos deram seu voto de confiança ao ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), apesar de algumas dissidências já esperadas na base do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), dono da maior bancada no Parlamento.

Com apenas duas abstenções, o placar terminou em 262 a 40 em favor do governo Draghi.

Além do M5S, Draghi reúne em sua base a Liga, legenda de extrema direita liderada por Matteo Salvini; o conservador moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi; o Itália Viva (IV), de centro; o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda; e a coalizão Livres e Iguais (LeU), de esquerda; além de representantes de minorias linguísticas e dos italianos no exterior.

Ocupando um cargo político pela primeira vez na vida, o ex-presidente do BCE terá o desafio de acomodar interesses distintos de partidos historicamente adversários. Os pró-migrantes PD e LeU, por exemplo, coabitarão o governo com o ultranacionalista Salvini, que, por sua vez, vai conviver com o europeísmo da centro-esquerda e da centro-direita.

Já o M5S, que governou com a Liga e o PD, separadamente, nos últimos dois anos e meio, agora dividirá o ministério também com o partido de Berlusconi, o que vem provocando insatisfações em suas bases.

Das 23 pastas do governo Draghi, 15 foram repartidas entre as legendas políticas: M5S com quatro, PD, Liga e FI com três cada e LeU e IV com um. Já ministérios estratégicos para os objetivos de Draghi, como Economia (Daniele Franco), Educação (Patrizio Bianchi) e Transição Ecológica (Roberto Cingolani) foram entregues a “técnicos”.

As principais metas do novo governo serão reescrever o plano para destinação do Fundo de Recuperação da União Europeia para o pós-pandemia, acelerar a campanha de vacinação contra a Covid-19 e estimular a retomada das atividades sociais e da economia.

O governo Draghi será o 67º em quase 75 anos de história republicana na Itália e o terceiro apenas na atual legislatura, iniciada em março de 2018.

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