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Brasil e América Latina precisam investir na comunicação da sustentabilidade, diz italiano

“A sustentabilidade é caminho irreversível”. Foi assim que o professor italiano da Universidade de Bologna e coordenador do Projeto Salsa, Cesare Zanasi, iniciou o Simpósio Internacional sobre iniciativas de sustentabilidade e tendências na Europa e América Latina: identificação e promoção de sinergias, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O projeto Salsa, que conta com recursos da União Européia, tem como finalidade aumentar a sustentabilidade das cadeias produtivas da soja e da carne bovina, realizando intercâmbio de informação entre a Europa e a América Latina.

Para Sanazi, o projeto visa criar sistemas de trabalhos na tentativa de tratar o tema de modo completo. Durante a palestra, a comunicação ao consumidor final foi amplamente abordada. “Os consumidores europeus estão cada vez mais questionadores sobre as características do produto em relação à questão ambiental”, comenta o especialista, enfatizando que aspectos como o impacto da matéria-prima no meio ambiente é critério levado em conta na hora da compra.

Na avaliação de Cesare, ainda falta ao Brasil e à América Latina investir mais em comunicação sobre a sustentabilidade da produção de alimentos. “Na Europa não sabemos o que ocorre no Brasil e na América Latina no que diz respeito à produção de alimentos. Já aqui no mercado brasileiro, falta saber qual é a real demanda europeia. É este o desafio do Salsa, diminuir a distância entre os dois continentes”, enfatiza.

Entre as empresas citadas como exemplo na palestra, Cesare destaca a posição da Unilever que tem como meta fornecer a partir de fonte sustentavelmente 100% da soja utilizada na empresa até 2014 e todos os óleos de soja até 2020.

Já o professor da Universidade de Gantes na Bélgica, Xavier Gellynk, falou sobre a percepção do consumo sustentável na Europa. “Ainda há problemas entre as formas e os fluxos de informação sobre as práticas da cadeia produtiva, a composição e as características do produto”, comenta.

Apesar desta nova consciência, Gellynk cita que a pegada ecológica, ou seja, cálculo do consumo humano e a produção de lixo da Bélgica é hoje de 7 hectares por pessoa, muito acima da média mundial, que é 2,7 hectares por pessoa e do nível considerado ideal, que é 1,8 hectare por pessoa. “Com esta alta pegada ecológica, se todos os países aderirem ao estilo de vida da Bélgica, o planeta Terra teria que ser quatro vezes maior”, critica o especialista.

A visão da indústria foi abordada pelo diretor do Instituto Campdem da Hungria, por András Sebok, que afirmou que atualmente o setor tem o desafio de buscar a sustentabilidade, sem perder a competitividade. “Precisamos de informações científicas para dar suporte à indústria. Exemplo das dificuldades atuais é o que fazer para aperfeiçoar o uso de embalagens no impacto ambiental”, comenta Sebok.

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