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Situação pós-terremoto na Síria é catastrófica, diz ONG italiana

A ONG italiana Still I Rise afirmou que a situação no noroeste da Síria após o terremoto de 7.8 graus, com epicentro na Turquia, é “uma catástrofe”. Centenas de vítimas foram confirmadas no país e milhares de residências e edifícios foram destruídos.

“Nós vimos o terremoto mais grave já vivido aqui. Chegam notícias de muitos edifícios caídos, é uma catástrofe”, informou a ONG com base em relatos de moradores enviados para a sede da instituição.

Conforme o comunicado da Still I Rise, que há anos atua nas áreas sírias que fazem fronteira com a Turquia, “essa enésima tragédia se soma já a situação devastadora vivida cotidianamente no noroeste da Síria, onde há quase 12 anos ocorre uma das crises humanitárias mais graves do nosso século”.

Nas áreas fora do controle do governo de Damasco, sobrevivem mais de 4,5 milhões de pessoas, dos quais quase a metade são deslocados de outras áreas da Síria. Como destaca a ONG, “bombardeios, represálias e conflitos armados nunca foram interrompidos” e “desde dezembro de 2022 foram constatados mais de 500 casos de cólera… tudo isso sob a indiferença das comunidades internacionais”.

“Esse terremoto é uma catástrofe natural, mas soma-se à devastação que vive o noroeste da Síria, o que torna tudo ainda mais trágico. Por causa da falta de infraestrutura e dos bombardeios contra hospitais ocorridos nos últimos anos, o apoio sócio-sanitário é quase inexistente”, disse a diretora da Still I Rise, Giulia Cicoli.
Relatos publicados pela mídia local de várias cidades sírias indicam relatos dramáticos. Em Aleppo, Anas Habbas, 37 anos, conta que “desceu as escadas [de seu prédio] como uma louca” com seu filho no colo e ajudando uma mulher grávida.

“Uma vez na rua, vimos dezenas de famílias com cara de terror e choque. Alguns caíam de joelhos rezando ou chorando, como se fosse o dia do juízo final. É muito mais difícil do que tiros de canhão e balas. Nunca tive essa sensação, nem nesses longos anos de guerra”, relatou.

Em Idlib, uma das cidades mais devastadas pelos conflitos, no hospital Al-Rahma, está o jovem Abdel Hamid se recuperando de uma ferida na cabeça e proveniente da vila de Azmarin – não distante da fronteira turca.

“Dormia profundamente quando sentimos um terremoto enorme. Acordei rápido e com meus filhos e esposa conseguimos sair pela porta da frente. Um segundo depois que abri a porta, o prédio todo veio abaixo. Os muros caíram em cima da gente, mas meu filho conseguiu sair. Os nossos vizinhos todos morreram, mas a minha família se salvou”, relatou.

Hamid ainda disse que a ajuda das pessoas nas ruas foi fundamental porque eles ouviram os gritos “e nos tiraram para fora dos escombros”.

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