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Papa Bento XVI relembra atentado contra João Paulo II

O papa Bento XVI recordou os 30 anos do atentado contra João Paulo II, cometido pelo turco Ali Agca, em plena Praça de São Pedro, no Vaticano.

O Pontífice definiu o acontecimento como "terrível", durante um encontro promovido pelo Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Casamento e Família, fundado pelo Papa polonês no mesmo dia do atentado. 

Em 13 de maio de 1981, Ali Agca atirou contra João Paulo II na Praça de São Pedro. Karol Wojtyla, que morreu em 2005, ficou gravemente ferido, por conta dos disparos que o atingiram na região do abdômen. 

O turco foi detido em flagrante e, em 2000, extraditado da Itália para a Turquia, onde ficou preso por outros crimes cometidos antes do ataque contra João Paulo II, como o assassinato de um jornalista. 

Ali Agca permaneceu, no total, 29 anos e dois meses na prisão e foi solto em 18 de janeiro de 2010. 

No último dia 1º de maio, João Paulo II foi beatificado em uma cerimônia presidida por Bento XVI no Vaticano e assistida por mais de 1 milhão de fiéis. Na ocasião, Agca disse à ANSA que estava "muito feliz" pelo reconhecimento dado ao Pontífice, considerado por ele "a melhor pessoa do século".

"Eu, Ali Agca, proclamo João Paulo II a melhor pessoa do século passado. Espero, em um futuro próximo, poder visitar o túmulo do Pontífice e o Santuário de Fátima", disse o turco. 

ATENTADO AINDA ENVOLTO EM MISTÉRIO:

Menos de duas semanas após a beatificação de Wojtyla, a lembrança do atentado ainda é uma data-chave de seu pontificado.

Trata-se de um episódio transparente, mas ao mesmo tempo marcado por um mistério que ainda não se esclareceu em 30 anos: o homem que atirou contra o Papa com uma pistola Browning, o turco Ali Agca, foi identificado e preso imediatamente, mas as dúvidas sobre o atentado nunca se dissiparam.

A historiadoa italiana Lucetta Scaraffia, em um artigo publicado na primeira página do L'Osservatore Romano, o jornal da Santa Sé, destaca dois aspectos desse evento.

"O atentado ao Pontífice, como também aquele que provocou a morte de John Fitzgerald Kennedy, representa o nível máximo alcançado pelo terrorismo no século XX: foram atacados os dois principais símbolos do poder mundial, o poder político e o religioso".

Para Scaraffia, as balas disparadas contra João Paulo II "indicam, ainda que de forma negativa, a importância alcançada por um líder visível da Igreja Católica no século passado".

"É justamente na fase de máxima secularização das sociedades ocidentais que a figura do Pontífice Romano assumiu um papel cada vez mais importante, inclusive ao nível internacional, tornando-se uma das vozes mais ouvidas, e portanto mais criticadas e incômodas do mundo", indica a estudiosa italiana. (ANSA)

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