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Projeto para imigrantes da Itália sofre derrota na União Europeia

A reunião dos ministros do Interior da União Europeia, que debateu o agravamento da crise migratória à Itália, mostrou divergência por governo de Roma.   

Os maiores países do bloco se mostraram contrários à proposta de redistribuir os imigrantes ainda durante o percurso pós-resgate no Mar Mediterrâneo.   

O ministro alemão Thomas de Maizère disse aos jornalistas que seu governo “não apoia a chamada regionalização das operações de salvamento” no mar. Já o sueco Sven Milkse destacou que não acredita que seu país “abrirá os portos” para receber os deslocados e que “não se pode forçar ninguém” no tema. A mesma linha foi adotada pelo representante belga, Theo Francken, e pelo ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido.   

“A Itália pediu ajuda e nós queremos dá-la, mas os portos da Espanha já estão sob uma pressão importante por conta da [rota do] Mediterrâneo Ocidental, que aumentou 140%. Isso já nos impõe um grande esforço para os salvamentos no mar”, ressaltou Zoido.   

O ministro da Segurança e Justiça da Holanda, Stef Blok, seguiu a mesma linha de seus pares e afirmou que “abrir mais portos europeus não resolverá o problema” porque é “preciso pensar no papel que os portos africanos podem ter”.   

A Itália usou a reunião informal de ministros do Interior, que já estava marcada há semanas, para debater o agravamento da crise migratória em seus portos. Só no último final de semana, o país – além de ONGs que atuam no Mar Mediterrâneo e as duas operações europeias – resgataram cerca de 12 mil pessoas.   

No entanto, o ministro do Interior da Itália, Marco Minniti, informou que “a abertura dos portos não estava em discussão porque essa não era o local certo” para os debates. O representante destacou que o pedido foi enviado à UE em uma carta e que “é evidente que neste debate existem posições contrastantes”.   

“A reunião andou como o esperado porque já havia uma agenda desenhada no encontro de Paris do último domingo e da Comissão Europeia”, acrescentou Minniti ressaltando que houve “quase unanimidade” em três pontos principais: Líbia, código de conduta das ONGs e repatriações.   

O país, diferentemente do que ocorre na Grécia, não sentiu os efeitos do acordo firmado com a Turquia para frear a imigração ilegal. Isso porque a maior parte dos estrangeiros que chega à nação vem do norte da África e usam portos na Líbia como ponto de partida.   

Uma das sugestões apresentadas por Minniti, era fazer com que os deslocados resgatados em operações internacionais fossem redistribuídos por vários portos europeus – e não fossem todos enviados para o país. Por conta do alto fluxo, o governo chegou a pensar no fechamento dos portos para navios que não tivessem a bandeira italiana.   

Por causa do Acordo de Dublin, um imigrante ilegal precisa ser registrado no país em que chega. Para tentar ajudar os dois países que mais recebem deslocados, Itália e Grécia, isso fez com que a União Europeia definisse um plano de realocações.   

No entanto, passados quase dois anos do acordo, cerca de 5% apenas dos cerca de 160 mil deslocados realmente saíram das duas nações e foram para outros países europeus.  

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