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Em congresso em Verona, governo italiano defenderá a família natural

A cidade de Verona, fortaleza da extrema direita na Itália, receberá entre os dias 29 e 31 de março a 13ª edição do Congresso Mundial das Famílias, evento que provocou um racha no governo por defender a “família natural”.

Por decisão unilateral do partido ultranacionalista Liga, o congresso conta com patrocínio da Presidência do Conselho dos Ministros, apesar da oposição do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S). O apoio foi uma determinação do ministro da Família e das Deficiências, Lorenzo Fontana, ex-vice-prefeito de Verona e que já quis proibir o registro de filhos de casais homossexuais nascidos no exterior.

A Província de Verona e a Região do Vêneto, ambas comandadas pela Liga, também patrocinam o evento, que deve ter as presenças do líder do partido, o ministro do Interior Matteo Salvini, do prefeito Federico Sboarina, do governador do Vêneto, Luca Zaia, e do próprio Fontana.

“Eu estarei lá, com todo o respeito pelas escolhas de vida de todos”, declarou Salvini na semana passada. O congresso defende a ideia de família formada apenas por casais heterossexuais e levanta bandeiras contra o aborto, o casamento gay e a adoção de crianças por homossexuais, além de ressaltar o papel da mulher como mãe e procriadora.

“Em 30 de março, eu também estarei em Verona, ao lado de quem reconhece o valor universal da família natural”, reforçou o governador da vizinha Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga, outro expoente da Liga.

Já o líder do M5S, o também vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio, instou os parlamentares de sua legenda a boicotarem o evento. “Se algum de vocês pensa que a mulher deva ficar em casa fazendo o que os outros pedem, então o Movimento 5 Estrelas não é para vocês. Eu não vou a um evento que chega a negar o tema da violência contra a mulher”, declarou.

Ele também acrescentou que o congresso de Verona reproduz uma imagem da “mulher da Idade Média”. O Congresso Mundial das Famílias foi realizado pela primeira vez em 1997, na República Tcheca, e desde então já passou por países como Suíça, México, Espanha, Estados Unidos, Hungria e Moldávia.

Por meio do secretário de Estado Pietro Parolin, o Vaticano disse estar de acordo com a “substância” do evento, mas não sobre sua “modalidade”, porém sem entrar em detalhes. O congresso deve ser marcado por contramanifestações de movimentos e partidos de esquerda.

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