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Presidente da Itália, Giorgio Napolitano diz que violência contra mulher afeta todos os países

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, disse que a violência e os abusos sofridos pelas mulheres afetam a todos os países e pediu medidas mais drásticas para combater o problema.

A mensagem foi enviada pelo chefe de Estado no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Mulheres, que acontece nesta quarta-feira e tem em sua programação manifestações e eventos.

"É uma ocasião para refletir sobre um fenômeno infelizmente ainda atual, definindo os instrumentos idôneos para combatê-lo, já que envolve todos os países e representa uma verdadeira emergência em escala mundial", afirmou Napolitano no comunicado.

 

O presidente italiano lembrou a Conferência Internacional sobre Violência contra as Mulheres, ocorrida no mês de setembro em Roma, cujos dados apontaram que mais de 140 milhões de mulheres são vítimas de algum tipo de abuso — entre eles, meninas forçadas a se casarem, mutilações genitais e estupros generalizados em contextos de guerra.

"A dor dessas mulheres e crianças afeta a todos nós, até porque a barbárie dessa violência não foi eliminada nem mesmo nos países econômica e culturalmente avançados", acrescentou Napolitano.

Segundo ele, ainda há muito a ser feito em todo o mundo para impedir que as mulheres sejam vistas como objetos dos quais se pode apropriar.

"É triste precisar recordar que também na Itália, apesar da recente criação de normas mais severas, os casos de violência, os abusos e as intimidações estão aumentando", lamentou.

O chefe de Estado sugeriu que sejam feitas intervenções repressivas com rigor, sem indulgências, e que se difunda nas escolas e na sociedade civil uma concepção das mulheres que respeite sua dignidade e se oponha a visões vulgares e consumistas.

Napolitano também disse esperar que o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra Mulheres seja "uma etapa significativa não somente para as ações das instituições, mas também por uma mais forte sensibilização da opinião pública".

Em comemoração ao evento, o governo italiano terminou o texto do primeiro Plano Nacional Anti-Violência e Anti-Stalking (ação na qual uma pessoa invade a privacidade de outra, repetindo incessantemente atitudes negativas de maneiras variadas e usando táticas diversas).

Para o ano que vem serão disponibilizados 20 milhões de euros a serem empregados na formação de operadores, educação, prevenção, apoio aos centros anti-violência e medidas assistenciais às vítimas.

"A violência não é um fato privado, mas uma responsabilidade social para ser assumida e dividida", explicou a primeira-dama de Roma e chefe de departamento do Ministério da Igualdade de Oportunidades, Isabella Rauti.

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