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VATICANO: Europa deve favorecer integração dos imigrantes sem esconder suas raízes cristãs

O diálogo e a educação são os instrumentos indispensáveis para promover a integração dos migrantes na Europa: foi o que afirmou o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, na Conferência sobre o diálogo inter-religioso, em andamento em Budapeste, promovida pela presidência de turno da Hungria do Conselho da União Europeia.

O Presidente do dicastério vaticano para os Migrantes e os Itinerantes deteve-se, em particular, sobre o papel das religiões na integração dos imigrantes. Participam do evento, que se conclui nesta sexta-feira, o Arcebispo de Esztergom-Budapeste e Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, Cardeal Peter Erdő, e numerosos representantes institucionais.

"A diversidade cultural é, em primeiro lugar, uma riqueza": foi o que ressaltou o Arcebispo Vegliò que, em seu articulado pronunciamento em Budapeste, reiterou o papel positivo das religiões na integração dos migrantes, sobretudo no Continente europeu.

Após uma avaliação sobre o contexto cultural em que se insere o fenômeno da emigração rumo à Europa, o discurso do prelado focalizou o binômio diálogo-educação. Estes – disse ele – são os instrumentos indispensáveis para dar vida a uma real convivência e integração de pessoas com culturas diferentes.

O prelado indicou alguns dos objetivos desse compromisso: o acolhimento, a cooperação, o respeito, o contrastar aquelas atitudes de medo ou indiferença para com a diversidade. Em seguida, Dom Vegliò ressaltou que não é necessário buscar uma assimilação dos migrantes que elimine a sua história. Mas, sobretudo, é preciso buscar uma integração autêntica, mediante "o conhecimento sereno e sem preconceitos" da cultura do outro.

A imigração não deve ser percebida como uma ameaça contra a identidade social e cultural da nossa sociedade – afirmou o prelado. Por isso – observou –, é preciso uma mudança de mentalidade que deve ser favorecida, sobretudo, pelas confissões religiosas comprometidas com a formação das consciências.

"As religiões devem assumir um papel fundamental", porque para uma integração real não basta considerar "as instâncias políticas, econômicas e sociais" – frisou o Arcebispo.

Por outro lado, Dom Vegliò evidenciou que a Europa não pode pensar favorecer uma real integração dos migrantes escondendo as suas raízes cristãs, os valores e os princípios que determinaram o seu nascimento. E reiterou que a tolerância não deve ser confundida com a aceitação acrítica de todo e qualquer estilo de vida.

Por fim, o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes assegurou o compromisso da Igreja Católica a "colocar-se a serviço da construção europeia", a promover o diálogo intercultural colaborando com as outras realidades religiosas e as instituições civis. (RL)

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