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Vilarejos italianos oferecem casas por 1 euro

Quanto você pagaria para morar em um bucólico vilarejo italiano, com casas e igrejas centenárias, fontes de água, ruas estreitas e a alguns quilômetros do mar Mediterrâneo? A prefeitura de Ollolai, na ilha de Sardenha, está oferecendo casas por € 1 (R$ 4,30) para quem estiver disposto a se mudar e ocupar a região. Em troca, os novos moradores devem se comprometer a restaurar as propriedades em até três anos, algo que pode custar US$ 25 mil (R$ 95 mil).

Segundo uma reportagem publicada na CNN, esta é a última tentativa do governo local em atrair moradores, já que cada vez mais os habitantes originais trocam a tranquilidade da vila pelas metrópoles. E a medida parece estar dando certo. Um ano depois do lançamento da iniciativa, Ollolai já recebeu 5 mil pedidos de pessoas interessadas para as 100 primeiras propriedades colocadas a disposição. Com a alta demanda, o governo suspendeu temporariamente o projeto enquanto busca novas casas para vender.

“Minha cruzada é resgatar nossas tradições únicas  não cair no esquecimento”, disse o prefeito de Ollolai, Efisio Arbau.

O projeto na vila da Sardenha integra a ação maior “Case a 1 euro”, que literalmente significa “Casa a 1 euro”. A proposta visa reocupar pequenas cidades e vilas em constante queda populacional em regiões afastadas da Sicília, Toscana e da própria Sardenha.

Sambuca, no interior da Sicília, é outro exemplo de vila que recorreu a venda de casas públicas por preços irrisórios para atrair moradores. De acordo com o governo local, a iniciativa visava desenvolver e economia, melhorar a cultura local e criar uma nova reputação para a cidade. Em meados de janeiro, 10 casas foram vendidas, com grande parte do interesse vindo de compradores estrangeiros.

Embora a propaganda de uma casa a € 1 seja tentadora, muitos interessados são pegos de surpresa quando descobrem que terão que desembolsar muito mais que apenas uma moeda pela propriedade. Em entrevista ao site Business Insider, uma potencial compradora de Melbourne, na Austrália, disse que viajou 10 mil quilômetros até o vilarejo de Gangi para descobrir que teria que pagar mais US$ 17,5 mil em taxas e permissões antes que qualquer renovação pudesse ser feita.

“Eu fiquei lá por uma semana e olhei para todas as [casas] que estavam à venda. Elas eram todas terríveis e precisavam ser derrubadas e reconstruídas”, disse.

Enquanto o mercado imobiliário italiano é apenas um contribuinte para a crise financeira que atinge o país nos últimos anos, a contínua queda nos preços dos imóveis colocou ainda mais pressão sobre a economia nacional.

Até mesmo o governo tentou reduzir suas dificuldades financeiras listando propriedades abandonadas. Em 2017, a Agência de Propriedade do Estado da Itália se ofereceu para doar mais de 100 castelos, fazendas e mosteiros para proprietários que se ofereceram para transformá-los em destinos turísticos.

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