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1º trimestre é mais letal no Mediterrâneo central desde 2017. Itália pede ajuda à União Europeia

O trimestre janeiro-março de 2023 foi o mais letal para os migrantes que tentam atravessar o Mar Mediterrâneo central desde 2017, aponta um relatório divulgado pelas Nações Unidas. Até o momento, foram contabilizadas 441 vidas perdidas na tentativa de chegar à Europa.

“A persistente crise humanitária no Mediterrâneo central é intolerável. Com mais de 20 mil óbitos registrados nessa rota desde 2014, temo que essas mortes foram normalizadas”, disse o chefe da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Antonio Vitorino.

A rota central é usada para embarcações que saem do norte africano em direção à Itália, mais especificamente, para a ilha de Lampedusa. Alguns dos barcos seguem também para Malta, mas em um proporção muito menor.

Segundo relatório do Ministério do Interior da Itália, considerando apenas os três primeiros meses do ano, foram 27.643 pessoas chegando ao país pelas rotas mediterrâneas. Os dados são cerca de quatro vezes mais altos do que os registrados no mesmo período nos dois últimos anos, quando foram 6.832 em 2022 e 7.428 em 2021.

Considerando os números até o dia 11 de abril, já são 31.292 pessoas – contra 7.928 em 2022 e 8.505 em 2021.

Itália pede ajuda

Também a Comissão Europeia informou que a Itália solicitou mais ajuda financeira ao bloco para lidar com o aumento nas chegadas, em valor “em especial”, para atuar na “situação crítica” do centro de acolhimento da ilha de Lampedusa.

De acordo com dados do governo local, o hub de Imbriacola, que tem capacidade para abrigar 400 pessoas, tem cerca de 1,4 mil no momento.

O porta-voz da Comissão informou ainda que “a Itália já recebe apoio da UE em uma ampla gama de medidas”, incluindo “expertise em campo”. “A Itália é um dos principais beneficiários do fundo para as migrações e integração e está também entre os primeiros beneficiários no Mediterrâneo para o novo período programado”, pontuou.

O representante informou que está em contato direto com o governo italiano sobre a decretação de estado de emergência por conta do aumento nos fluxos migratórios, implementado nesta semana. “A Comissão Europeia soube da decisão a Itália de implementar o estado de emergência sobre os migrantes. Essa é uma medida de efeito nacional e se origina de uma situação muito difícil por conta do aumento no número de chegadas”, acrescentou, ressaltando que não comentaria as decisões do documento em si.

Migrantes em Catânia

Está prevista para o início da tarde, pela hora italiana, a chegada de uma embarcação com cerca de 700 migrantes que foram resgatados pela Guarda Costeira da Itália.

Os estrangeiros serão encaminhados para duas estruturas montadas em Catânia, que farão todo o atendimento médico-sanitário e de documentação. Já outras 200 pessoas que foram resgatadas no mesmo momento desembarcaram em outro porto da Sicília.

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