O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que já tomou sua decisão sobre a extradição para a Itália de Cesare Battisti, mas também disse que não pode antecipá-la porque, como presidente, só se pronuncia com base no parecer da Advocacia Geral da União (AGU). Foi o que ele afirmou à ANSA durante uma coletiva à imprensa de encerramento do seu segundo e último mandato no Rio de Janeiro.
Quando questionado se pretende deixar a decisão do caso para Dilma Rousseff, a presidente eleita que assumirá o cargo em pouco mais de 20 dias, Lula disse que o parecer do procurador-geral definirá sua decisão e justificou o atraso por conta do processo eleitoral recente. Ele também reiterou que gostaria de tomar esta decisão e que espera que a Procuradoria Geral apresente sua proposta antes do término de seu mandato.
Cesare Battisti, ex-militante nos anos 70 do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) é considerado um ex-terrorista pela Itália e responsável por quatro assassinatos, motivo pelo qual pediu sua extradição ao Brasil.
No início de 2009 ele obteve o status de refugiado político pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, o que abriu uma crise diplomática entre Brasília e Roma. Em novembro deste mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou a favor da extradição do ex-militante, mas deixou o parecer final nas mãos do presidente.
Battisti, que foi detido no Rio de janeiro em 2007, aguarda a decisão de Lula no presídio da Papuda de Brasília.
A imprensa brasileira publicou recentemente que Battisti provavelmente será libertado por Lula por ocasião do seu aniversário, em 18 de dezembro. (ANSA)