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Alto Comissiariado das Nações Unidas alerta para entrada massiva de imigrantes ilegais em Lampedusa

O Alto Comissariado das Nações Unidas (Acnur) alertou que a ilha de Lampedusa, no sul da Itália, cuja situação tem se agravado com a entrada massiva de imigrantes ilegais provindos do norte da África, deve ser descongestionada "o quanto antes". "Lampedusa deve ser descongestionada o quanto antes possível. É uma situação insustentável que está criando tensão entre os imigrantes e a população [local]", apontou a porta-voz italiana para a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), Laura Boldrini.

Ela afirmou que "a situação é crítica com os imigrantes que dormem na terra e sob os caminhões", e que, portanto, "é preciso andar adiante com as transferências rápidas e orientadas".

Três embarcações atracaram em Lampedusa, carregando 290 imigrantes para a ilha, entre eles um menor de idade.

Com estes novos aportes, a cidade já recebeu, desde os inícios dos conflitos políticos nos países do norte da África, mais de 5.500 refugiados. O número já supera o de moradores locais.

O escritório da agência da ONU em Genebra também pediu hoje às autoridades italianas "uma ação urgente" para aliviar as condições em Lampedusa e apontou que é "crucial" que a Itália esteja pronta a enfrentar uma eventual fuga de pessoas do conflito na Líbia, "dado que estas pessoas deverão provavelmente precisar de proteção internacional".

O pedido foi endossado pela porta-voz da agência na Itália, que recordou que, há um mês, o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, falou "de um plano B" para resolver a situação de emergência humanitária, e que, agora "é chegado o momento de colocar em ação este plano, em consideração à guerra que começou na Líbia".

O Alto Comissariado de Genebra defendeu que sejam utilizados "todos os mecanismos" de controle da imigração irregular para "garantir o acesso ao território para as pessoas que precisam de proteção" e exortou as autoridades italianas a "aumentar o número de transferências da ilha para o território italiano para aliviar o congestionamento em Lampedusa e fazer os centros de acolhida funcionarem normalmente".

Até o momento, a maior parte dos imigrantes que chegam à costa mediterrânea da Itália sai da Tunísia por questões econômicas, e poucos deles, segundo a Acnur, manifestaram intenção de requisitar proteção internacional.

Desde janeiro, mais de 15 mil tunisianos desembarcaram em Lampedusa e cerca de dois terços já foram transferidos para outras localidades na Itália.

Boldrini também ressaltou que o "plano B" do governo de Roma  deve ser colocado em prática o quanto antes, e que "não é preciso esperar uma resposta da Europa que, no entanto, seria desejável". Porém, a sede da agência em Genebra já anunciou a necessidade de "solidariedade da União Europeia com a Itália".

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