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Após Brasil, Itália também pode abrir CPI da Covid

Após o Brasil, a Itália, um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, também pode ganhar uma CPI para investigar a gestão da crise sanitária.

Duas propostas foram apresentadas no Senado para instituir comissões parlamentares de inquérito a respeito da Covid-19, ambas de autoria de partidos que fazem parte da coalizão do premiê Mario Draghi, no poder desde fevereiro.

A primeira foi protocolada pela legenda de centro Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi, e pede uma comissão para investigar “a difusão da epidemia de Covid-19, a gestão da emergência sanitária, bem como as medidas adotadas para prevenir e combater a disseminação do vírus e suas consequências no Sistema Sanitário Nacional”. Já a segunda foi apresentada por partidos do campo conservador, como a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi. O requerimento pede a instauração de uma CPI para investigar a falta de atualização do plano antipandemias do país.

Essa questão já é alvo de um inquérito do Ministério Público de Bergamo, uma das províncias mais afetadas pela Covid-19 na Itália. Os procuradores querem determinar por que o plano do governo de combate a pandemias não era atualizado desde 2006 e se isso prejudicou a resposta inicial do país ao novo coronavírus.

O objetivo dos partidos conservadores também é compensar a decisão de não apoiar três moções de desconfiança contra o ministro da Saúde, Roberto Speranza, que pertence ao partido de esquerda Artigo Primeiro e ocupa o cargo desde setembro de 2019.

Tanto a Liga quanto o Força Itália sempre criticaram Speranza, mas decidiram votar contra as moções para não abrir uma crise na coalizão que sustenta o governo Draghi. Na Itália, as comissões parlamentares de inquérito são instituídas como projetos de lei ou a partir de resoluções aprovadas pela maioria do plenário.

“Anunciamos a apresentação de um projeto de lei para uma comissão de inquérito sobre o plano pandêmico e o comportamento do Ministério da Saúde e do ministro Speranza. Conto que todos nos deem uma mão. Isso vale 10 vezes mais que uma moção”, escreveu Salvini no Twitter.

A Itália já tem mais de 120 mil mortes na pandemia e quase 4 milhões de casos confirmados, além da 12ª maior taxa de mortalidade no mundo (199 óbitos para cada 100 mil habitantes).

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