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CULTURA: Coliseu de Roma faz exposição dedicada ao imperador Nero

O monumento mais antigo e famoso na Itália, o Coliseu, abrigará até 18 setembro uma exposição dedicada ao mais célebre imperador da história de Roma, Nero, a quem todos acusam de ter ateado fogo à Cidade Eterna para construir seu palácio. A lenda negra que acompanha a memória do último descendente da dinastia Júlio-Claudiana, que reinou em Roma desde os tempos de Júlio César, começou em 18 de julho do ano 64 d.C. com o incêndio de Roma que, após nove dias, destruiu grande parte da cidade e deixou milhares de mortos.

Tudo deriva de uma frase enigmática escrita pelo historiador Tácito, que falava de "um desastre seguido por incêndio", "não se sabe se devido às circunstâncias ou às iniciativas do imperador". 

Tais palavras, juntamente com os crimes efetivamente cometidos por ordem de Nero (o assassinato de seu meio Britanico, herdeiro legítimo ao trono, de sua mãe Agripina e de seu mestre Sêneca, além do banimento de sua esposa Claudia para se casar com Popea), foram os causadores da "damnatio memoriae" ("danação da memória"), ou seja, da remoção de todo e qualquer vestígio ou lembrança do jovem imperador por parte de seus sucessores. 

O fato é que Nero estava em Anzio quando o fogo começou e foi quase natural que explorasse o incidente para construir sobre as cinzas a mansão que se chamaria Domus Aurea (Casa Dourada) e que não sobreviveria à sua morte em 68, quando ele tinha 31 anos de idade e 14 de reinado. 

Roma presta uma homenagem tardia ao falecido no Coliseu, construído no ano 75 por Vespasiano em uma parte do terreno da Domus Aurea, inaugurado cinco anos mais tarde por seu filho Tito e que deve seu nome a uma estátua monumental de ouro do próprio Nero que se situava nas proximidades.

Após uma homenagem ao fundador do Coliseu, Vespasiano, em 2009, por ocasião dos 2 mil anos do nascimento, agora é a vez de Nero, de quem há anos se tenta eliminar pelo menos as equivocadas atribuições criminosas levadas adiante pelo Cristianismo em nome de Tácito.

A exposição inclui não só o âmbito do Coliseu, mas também outras partes da Roma Antiga. 

Até 18 setembro, uma sucessão de retratos reais e fictícios de Nero será projetada na parede da Cúria, visível da rua dos Fóruns Imperiais, que marcará uma convivência de cinco meses da cidade com um de seus personagens históricos mais odiados e menos conhecidos.

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