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ECONOMIA: Ministro das Finanças Vittorio Grilli diz que a Itália não atingirá meta fiscal em 2012

O ministro das Finanças da Itália, Vittorio Grilli, afirmou que o país não atingirá a meta de déficit nominal de 2012 por causa do crescimento pior que o esperado, mas que não planeja cortes orçamentários adicionais, informou ao jornal la Repubblica. "Sabemos que haverá uma piora do déficit nominal. (…) Entretanto, nossa bússola continua sendo o déficit estrutural, e nisso estamos e estaremos perfeitamente em linha", destacou. "Temos um superávit primário significativo e no próximo ano vamos alcançar o equilíbrio orçamentário em termos estruturais", acrescentou.

A Itália planeja mostrar em 2013 um superávit orçamentário estrutural, ou ajustado pelo crescimento, conforme solicitação das autoridades da União Europeia (UE) para o país. As metas de déficit nominal são 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, 0,5% em 2013 e 0,1% em 2014.

Dados divulgados na semana passada mostraram que a recessão na Itália – que tem a economia mais fraca da zona do euro por mais de uma década – aprofundou-se no segundo trimestre.

O ministro também avaliou que Roma não precisará apelar aos fundos de resgate da zona do euro porque a ação do Banco Central Europeu (BCE) pode ser suficiente para aliviar a tensão nos mercados de títulos soberanos da região. "Os instrumentos do BCE, quando operacionais, podem aliviar substancialmente a pressão nos spreads", disse Grilli, referindo-se à diferença crescente entre os rendimentos dos bônus da Alemanha (referência do mercado) e da Itália. "A única coisa que precisamos é que os mercados continuem a confiar em nós e que os investimentos em nosso país sejam mantidos", destacou.

Grilli disse ainda que "se (o BCE) interviesse nos mercados de dívida soberana para estabilizá-los, isso estaria perfeitamente dentro do seu poder… (porque) a alta volatilidade nas taxas de juros dos países da zona do euro torna complicado, se não impossível, mudar corretamente o tom das políticas monetárias".

O ministro afirmou que o governo está planejando vender ativos estatais, especialmente imóveis, para reduzir a dívida em um ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) por ano durante os próximos cinco anos, como parte do plano de reduzir a relação dívida/PIB em 20 pontos porcentuais no período.

No entanto, ele declarou que Roma estuda outras propostas de redução do endividamento. "Estamos em conversações com aqueles que nos criticaram por sermos excessivamente prudentes", afirmou Grilli. Na entrevista, ele destacou ainda que não há planos de introdução de um imposto sobre fortunas na Itália. 

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