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Eleição na Itália abriria caminho para volta de Berlusconi

A possibilidade concreta de eleições antecipadas na Itália abre caminho para o retorno do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, após ele ter sido “reabilitado” pela Justiça.

No último pleito legislativo, em 4 de março, o líder conservador não pôde concorrer devido a uma condenação a um ano de serviços sociais por fraude fiscal, pena concluída em março de 2015.

No entanto, no último dia 12 de maio, o Tribunal de Vigilância Penal de Milão declarou Berlusconi “reabilitado”, benefício concedido a condenados que tenham descontado sua sentença há pelo menos três anos, cumprido todas as suas obrigações com a lei e dado provas de “boa conduta”.

O ex-primeiro-ministro estava inelegível até 2019, mas agora pode ocupar cargos públicos novamente, embora responda ainda a uma série de processos na Justiça. Atualmente, Berlusconi participa de uma aliança com os partidos ultranacionalistas Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FDI), de Giorgia Meloni.   

“A quem me pergunta qual será o futuro da centro-direita, respondo que, nas próximas eleições, não imagino outra solução que não aquela de uma coalizão de centro-direita unida, com Força Itália [seu partido], Liga e Irmãos da Itália e destinada a prevalecer, até pela possibilidade de uma candidatura minha”, afirmou o ex-premier em uma nota.

O chefe de Estado ainda encarregou o economista Carlo Cottarelli de tentar formar um gabinete “técnico”, mas é pouco provável que ele consiga o voto de confiança do Parlamento, o que forçará a convocação do país às urnas, provavelmente para o segundo semestre.   

Nesse cenário, Berlusconi poderia até mesmo pleitear o cargo de primeiro-ministro, mas, para isso, precisaria obter mais votos que a Liga dentro da aliança de direita, algo improvável de acontecer, segundo as últimas pesquisas.    “Quem tiver mais votos dentro da coalizão escolherá o premier, com a diferença que, se Berlusconi decidir voltar a campo, poderá guiar o Força Itália nas próximas eleições, fazendo a diferença para a vitória”, declarou o porta-voz do partido no Parlamento, Giorgio Mulé.

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