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Em carta, premier da Itália reconhece legitimidade de Guaidó

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, enviou uma carta ao autoproclamado presidente da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, na qual reconhece sua legitimidade perante ao governo de Nicolás Maduro. “Nós reconhecemos a Assembleia Nacional e seu presidente Guaidó como legítimos. O presidente Maduro não tem legitimidade democrática. A Itália sempre trabalha pela opção política”, escreveu Conte no documento publicado pelo jornal italiano “La Stampa”. Desde quando a crise venezuelana começou a ganhar grandes proporções, o governo da Itália preferiu não tomar posições oficialmente. No entanto, o Movimento 5 Estrelas (M5S) chegou a expressar profunda preocupação com a tentativa de golpe de Estado em curso no país e pelos riscos de derivar uma violenta crise política que deveria ser resolvida com o diálogo e a convocação de novas eleições. O vice-premier e ministro do Interior Matteo Salvini, por sua vez, defendeu a queda do “ditador” Maduro e demonstrou preocupação com a segurança de Guaidó, que preside a Assembleia Nacional da Venezuela e se declarou presidente interino do país.

“Garanto-lhe que acompanho a situação crítica com grande participação e envolvimento emocional, levando em conta o sofrimento que a população venezuelana está experimentando, inclusive a grande comunidade italiana”, acrescentou Conte na carta. Em resposta a um convite feito por Guaidó para um confronto na emergência na Venezuela, publicado também pelo “La Stampa”, o premier afirmou que a Itália, juntamente com os outros países da União Europeia (UE), sempre distinguiu, de forma linear e coerente, os órgãos eleitos democraticamente, como a Assembleia Nacional presidida por Guaidó, de órgãos sem legitimidade democrática, como o presidente da República.

Conte ainda explicou que o governo italiano não o reconheceu oficialmente como presidente interino, “não apenas por razões de ordem jurídica formal, mas também porque está ciente do risco de contribuir para a radicalização das respectivas posições, favorecendo a espiral da violência”.

“Não somos passivos, no entanto, temos estados ativos em várias frentes, começando com a internacional, promovendo uma solução pacífica com eleições presidenciais livres”, explicou.

No documento, o político europeu deixou claro que a Itália condena firmemente qualquer escalada de violência e abuso e faz parte do Grupo de Contato, que reúne países da Europa e latino-americanos para tentar solucionar a crise na Venezuela. “Esta é a posição do meu governo. E assim será sempre no futuro também. Nós também estamos apoiando isso em relação ao conflito em curso em um país próximo a nós, que consideramos estratégicos, a Líbia. É a mesma posição” perante a Venezuela, finalizou.

 

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