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Em despedida de Draghi, Banco Central Europeu mantém política monetária

O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua política monetária inalterada e reafirmou a implementação de um novo pacote de estímulos na última reunião presidida por Mario Draghi, que será substituído por Christine Lagarde, ex-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), a partir de 1º de novembro. Com a decisão de hoje, a taxa de depósito do BCE continua na mínima recorde de -0,50%. Já a tarifa principal de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu em 0%, enquanto a taxa de empréstimo de emergência para bancos se manteve em 0,25%.

Além disso, o Banco Central informou que seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) será retomado, o que resultará na compra de 20 bilhões de euros em ativo mensalmente já a partir de novembro.

Em comunicado, a instituição destacou que o novo QE vai durar “pelo tempo que for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas taxas de política” e será encerrado antes do BCE “começar a elevar as taxas de juros”. No documento também foi reafirmado que os juros serão mantidos nos níveis atuais ou menores até que a inflação da zona do euro tenha uma “forma robusta” de acordo com sua meta, que é uma tarifa menor do que 2%. Despedida – Durante sua última coletiva de imprensa no comando do BCE, o italiano Mario Draghi resumiu sua trajetória de oito anos com a seguinte frase: “Nunca se dê por vencido”. “De certa maneira, isso faz parte de nossa herança: nunca se dê por vencido”, afirmou na coletiva de imprensa, insistindo em sua tentativa de proteger o euro durante seu mandato. “Se há uma coisa da qual me orgulho é a maneira como o conselho de governadores e eu cumprimos consistentemente nosso mandato.

Coletivamente, podemos ter muito, muito orgulho”, acrescentou Draghi.

Segundo o italiano, para o cenário econômico da zona do euro, os riscos permanecem em desvantagem e que é preciso ter uma político mais expansiva por parte de países como a Alemanha.

“Diante das perspectivas enfraquecidas e da prevalência de riscos de queda, os governos que dispõem de espaço orçamentário para manobra devem agir de maneira eficaz e imediata”, explicou.

O presidente do BCE ainda pediu para os países com dívidas altas adotarem uma política “prudente”. “O principal risco é uma recessão da economia, seja global ou da zona do euro” . De acordo com dados do mês de setembro, a inflação anual do bloco está muito abaixo do patamar de 2%, em 0,8%, considerado o menor nível desde novembro de 2016. “Infelizmente, tudo o que aconteceu com a decisão de política monetária de setembro mostrou abundantemente que nossa determinação de agir prontamente era justificada”, justificou Draghi.

Por fim, o italiano afirmou que tentou respeitar o mandato da melhor maneira possível e não se arrependia do que fez nos últimos oito anos de mandato.

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