O icônico Teatro alla Scala, em Milão, reabriu sua temporada lírica com uma apresentação de “A Força do Destino”, de Giuseppe Verdi, um dos eventos mais importantes da cultura italiana.
A tradição, que mobiliza a capital financeira da Itália, ocorre sempre no dia de Sant’Ambrogio, padroeiro de Milão. Neste ano, a reabertura pode ser acompanhada também ao vivo em 37 lugares da cidade e arredores graças à transmissão da RAI.
A obra foi composta por Verdi em 1862 e é inspirada no romance “Dom Álvaro ou a força do destino”, do Duque de Rivas. Ela será dirigida pela batuta de Riccardo Chailly, com cenário de Leo Muscato, e contará com vozes de estrelas como a soprano Anna Netrebko ou o tenor Brian Jagde, que chega do Liceo de Barcelona para substituir Jonas Kaufmann, que pediu demissão por problemas familiares.
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, não estará presente no camarote de honra neste ano, pois viajou a Paris, na França, para participar da reabertura da Catedral de Notre-Dame após a sua restauração devido a um incêndio devastador.
Entre os presentes estarão a sobrevivente de Auschwitz Liliana Segre; o presidente do Senado, Ignazio La Russa; o prefeito de Milão, Giuseppe Sala; o governador da Lombardia, Attilio Fontana; e o ministro da Cultura, Alessandro Giuli.
Fora do teatro foi realizada uma “estreia popular antimilitar” com uma procissão contra a guerra e a lei de segurança. Mais cedo, inclusive, houve uma prévia com um flash mob em que expoentes do centro social Cantiere despejaram esterco na frente do teatro e colocaram sobre fotos com os rostos de, entre outros, os premiês da Itália, Giorgia Meloni, e de Israel, Benjamin Netanyahu, a quem chamaram de “criminoso de guerra”.