Catolicismo Romano

Em Missa do Galo, Papa condena “lógica perdedora da guerra”

O papa Francisco celebrou na Basílica de São Pedro, Vaticano, a missa do Natal do Senhor e criticou a “lógica perdedora da guerra”, em meio a um conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas que já deixou mais de 20 mil mortos. Diante de um público de milhares de fiéis, o líder da Igreja Católica afirmou que seu coração está em Belém, cidade da Cisjordânia onde, segundo o Papa, o “príncipe da paz [Jesus Cristo] é rejeitado pela lógica perdedora da guerra, com o rugido das armas que, ainda hoje, impede que ele encontre lugar no mundo”.

Durante a homilia, Francisco denunciou uma “trama bastante humana que atravessa a história: aquela de um mundo que busca o poder e a potência, a fama e a glória, onde tudo se mede com sucessos e resultados, com cifras e números”. “É a obsessão do desempenho”, acrescentou.

Durante em seu Angelus dominical na janela do Palácio Apostólico, o pontífice já havia expressado solidariedade aos “irmãos e irmãs que sofrem com a guerra”, especialmente na “Palestina, em Israel e na Ucrânia”.

No mesmo dia, veio a público que Sara Netanyahu, esposa do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta pedindo a “intervenção pessoal” do Papa em prol dos reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

“Poderia ser o fiel da balança e salvar vidas preciosas”, disse a primeira-dama.

Risco de “Natal pagão”

Como de costume, o pontífice também aproveitou a missa para condenar a “idolatria do consumismo” e o risco de os cristãos viverem o Natal “tendo na cabeça uma ideia pagã de Deus, como se fosse um mestre poderoso que está no céu”.

“Sempre volta a falsa imagem de um Deus afastado e suscetível, que se comporta bem com os bons e se ressente com os maus. Mas ele não usa a varinha mágica, não é o Deus comercial do ‘tudo e agora’. Ele não nos salva apertando um botão, mas se faz próximo para mudar a realidade a partir de dentro”, afirmou o Papa.

No fim da homilia, Francisco ainda citou uma carta redigida pelo escritor britânico J.R.R. Tolkien, autor da saga “O Senhor dos Anéis”, em 1941.

“Um grande narrador de feitos épicos escreveu a seu filho: ‘Ofereço a única coisa grande a se amar na Terra, o Santíssimo Sacramento. Ali você encontrará fascínio, glória, honra, fidelidade e o verdadeiro caminho de todos os seus amores na Terra”, declarou.

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