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Ex-jogadores italianos e Fifa comentam morte de Sócrates

A morte do ex-jogador brasileiro Sócrates foi lamentada por vários ex-jogadores italianos que jogaram ao seu lado na Fiorentina e contra ele na Copa do Mundo de 1982, segundo informações da Agência ANSA.

Paolo Rossi, o ex-atacante italiano responsável pelos três gols que desclassificaram a Seleção Brasileira nas quartas-de-final daquele Mundial, o falecimento de Sócrates "é um pedaço da nossa história que se apaga e vai embora".

"Lamento muito por Sócrates, e um pouco também por nós", disse. Ele contou que se lembra "do gol que ele marcou no goleiro italiano Dino Zoff. "Era um contra um, eu não podia acreditar que ele pudesse chegar naquela bola, ele parecia lento, mas não era".

"Sócrates era na verdade um falso lento. Era um jogador não com um grande dinamismo, mas de pé poderoso e sobretudo de grande inteligência de jogo. Com Zico e Falcão, era o símbolo daquele Brasil, além de ser o capitão", continuou Rossi.

O ex-atacante italiano também lembrou das características do ex-meio-campista fora dos estádios, que, segundo ele, "parecia um jogador de outros tempos". "Todos o conheciam por seu diploma de medicina e porque também tinha muitos interesses culturais e sociais. Em suma, era sob todos os pontos de vista um atípico", concluiu.

Zoff, o goleiro italiano que não conseguiu segurar a bola chutada por Sócrates naquela partida de 1982, também lamentou a morte.

"Lamento pelo homem. Também pela jovem idade. Foi um jogador grande, mesmo na Itália tendo tido dificuldade de se afirmar".

"Eu me lembro daquele gol do 1 a 1 em 1982. Quando o gol entra na rede, sempre se pensa de quem é a culpa, mas um gol como aquele só o fazem os campeões", recordou.

O goleiro, que também era o capitão do time naquela Copa, disse ainda que, "de capitão a capitão, para Sócrates digo que ele ficará na história".

O ex-meio-campista Giancarlo Antognoni, que enfrentou Sócrates no Mundial da Espanha e jogou ao seu lado na Fiorentina, também se manifestou sobre o falecimento do brasileiro.

"Me sinto muito doído, todos esperávamos que ficasse melhor, que pudesse se recuperar. Infelizmente, não foi assim", lamentou.

Ele contou que, no período em que Sócrates atuou pela Fiorentina, de 1984 a 1985, ele estava lesionado e não jogava muito, mas disse que conserva memórias do jogador.

Sócrates "era um verdadeiro personagem, acima das regras, com sua metodologia, seu estilo de vida, as suas ideias. Ele lutou para se ambientar no nosso futebol, mas era um autêntico campeão, com classe superfina e grande carisma e personalidade", observou.

"As lembranças mais especiais estão ligadas aos confrontos das seleções, sobretudo o Itália e Brasil do Mundial de 1982, em que ele fez o gol do momentâneo empate de 1 a 1, mas no final vencemos nós", lembrou.

Também comentou o falecimento do brasileiro o ex-técnico da Fiorentina Giancarlo De Sisti, que recordou de Sócrates como "um homem muito inteligente" e "de grande classe". "Lembro dele como um questionador, queria saber tudo: por que não podia fumar no ônibus, por qual motivo devia entrar em retiro antes de uma partida no sábado".

"No início de sua aventura na Fiorentina, ele não estava muito bem e os jornais o criticavam muito. Eu perguntei se sabia destas críticas, ele me disse que lia os jornais, mas olhava a parte política, e eu disse que, pelo contrário, eu lia só a parte esportiva. Então decidimos comprar um jornal só e dividi-lo", contou o ex-treinador.

A Fifa também prestou homenagem a Sócrates, com uma nota em seu site oficial o referenciando como "lenda brasileira", capitão "da por muitos lembrada como a melhor Seleção Brasileira que nunca ganhou a Copa do Mundo" e um dos líderes da "Democracia Corintiana".

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