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Ex-premier italiano Enrico Letta renuncia mandato na Câmara dos Deputados da Itália

O ex-primeiro-ministro da Itália Enrico Letta renunciou ao seu mandato na Câmara dos Deputados do país. Ele já havia anunciado sua decisão de sair do Congresso há algumas semanas, mas era previsto que isso ocorresse apenas em setembro.

A partir do segundo semestre, Letta vai dirigir a Escola de Relações Internacionais do Instituto Sciences Po (Psia), em Paris. "Deixo o Parlamento, entreguei minha carta de demissão à presidente [da Câmara] Laura Boldrini. Porém eu renuncio ao Congresso, não à política", declarou o ex-premier em um programa da emissora italiana "La7".

Segundo ele, essa não é uma "rendição", mas sim um necessário "passo de lado" porque a classe dirigente do país não está escutando a insatisfação dos cidadãos com as pessoas que vivem apenas da política e de recursos públicos. "Para mim é uma retomada, não ficarei quieto, continuarei dando minhas opiniões", acrescentou.

Enrico Letta se tornou primeiro-ministro da Itália em abril de 2013, após o então secretário do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), Pier Luigi Bersani, renunciar à missão de formar um novo governo. Como ele era seu vice, acabou assumindo o encargo e conseguiu criar uma coalizão com conservador Povo da Liberdade (PDL, atual Forza Italia), liderado por Silvio Berlusconi.

Seu mandato foi marcado por uma grande instabilidade política, principalmente devido às constantes desavenças com os sócios do PD no comando do país e às recorrentes ameaças da centro-direita de retirar o apoio ao seu gabinete.

No entanto, a queda de Letta não seria provocada pela oposição, e sim por um aliado. Eleito secretário do Partido Democrático em dezembro de 2013, Matteo Renzi logo começou a pressionar o seu correligionário por reformas.

Após muito negar que estivesse de olho na cadeira de premier, ele articulou para que o PD retirasse seu apoio a Letta, que decidiu então entregar o cargo. No dia 22 de fevereiro de 2014, Renzi se tornou primeiro-ministro da Itália.

Nos meses seguintes, o ex-chefe de governo permaneceu em silêncio, mas recentemente passou a atacar o atual premier publicamente, e especula-se que ele pode deixar o PD e formar uma nova sigla ao lado de outros figurões da centro-esquerda italiana, como o próprio Bersani.

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